As crianças estão mais expostas à radiação do celular e, por isso, os riscos do uso dos equipamentos podem ser maiores. Isso é o que defende o pesquisador gaúcho Cláudio Enrique Fernandez, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que estuda o tema.
Na era da internet e das novas tecnologias, os smartphones têm conquistado cada vez mais adeptos, inclusive crianças, que estão substituindo brincadeiras tradicionais pelos modernos celulares, seja para jogos, uso de redes sociais ou até mesmo para fazer ligações. Mas o que os pais não sabem é que este “vício” pode trazer danos à saúde dos filhos.
Pelo menos é isso que pretende analisar a pesquisa Exposição das radiações decorrentes do telefone celular e efeitos na saúde de crianças e adolescentes. Realizado pela física baiana Denize Francisca da Silva, o estudo inédito no Brasil faz parte do pós-doutorado dela, desenvolvido em parceria com a pesquisadora Emico Okuno, do Instituto de Física Nuclear da Universidade de São Paulo (USP).
Pelo mundo, pesquisas já apontam indícios de que o uso do equipamento pode causar problemas na visão, hipertensão, distúrbios do sono e danos ao cérebro. Em 2011, a Organização Mundial da Saúde classificou o celular como possivelmente cancerígeno.
Nas crianças, pesquisadores defendem que, por terem a cabeça menor e os ossos do crânio mais finos, a radiação do celular pode atingir partes mais profundas do cérebro, o que pode gerar danos à saúde.
Em crianças, a Agência Sanitária da França aponta, em pesquisa divulgada em 2016, que as ondas eletromagnéticas emitidas por celulares podem ter efeitos sobre as funções cognitivas das crianças, especialmente memória, atenção e coordenação.
“O tipo de exposição de uma criança é diferente de um adulto. A criança tem uma cabeça menor, o osso do crânio é mais fino, a onda do celular atinge partes diferentes do cérebro, mais profundas do que na cabeça de um adulto”, explica. Mesmo se o tipo de exposição fosse igual em crianças e adultos, ele complementa, o sistema imunológico dos pequenos não está totalmente desenvolvido.
A enfermeira Jácia Uzêda, por exemplo, controla o uso do aparelho pelo filho Luiz Henrique, de 8 anos. Ela conta que entrega o smartphone sexta-feira à tarde e recolhe domingo. “Tento controlar o máximo possível, inclusive evitando que ele fique o dia inteiro”, revela.
A também enfermeira Edinalva Gomes vai além: a filha dela, Ana Clara, de 7 anos, não tem celular. Usa só um tablet nos finais de semana. “Não tem birra. Tem final de semana que ela nem lembra”.
As mães confessam que não sabiam dos riscos à saúde, mas ressaltam que há uma preocupação quanto ao comportamento. “Se ficar o dia inteiro no celular, ele fica extremamente nervoso”, afirma Jácia. “Tenho medo é de ela deixar de ser criança e esquecer que o bom é estar ao lado de um amigo, descobrindo brincadeiras”, completa Edinalva.
Saiba com quantos anos ela pode ganhar seu primeiro smartphone
Muito se fala da dependência das pessoas com os celulares. No mundo atual o smartphone se tornou essencial para o dia a dia de seus usuários. E como não podia ser diferente, as crianças também fazem parte dessa onda. É cada vez mais comum encontrar um pequeno portando um celular infantil ou tablet para criança em lugares públicos. Sabendo disso, muitos pais se perguntam sobre a melhor idade para dar um smartphone aos filhos.
Na verdade, não existe uma regra. Depende de cada caso. Muitos pedagogos acreditam que dos 9 aos 13 anos é a faixa de idade ideal para o primeiro celular para criança. Contudo, alguns limites precisam ser impostos sobre a criança. Recomenda-se que o primeiro dispositivo seja um modelo básico, apenas para comunicação, principalmente para os pequenos que passam mais tempo sozinhos.
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