Ex-governador do Rio ficará novamente frente a frente com o juiz federal da Lava Jato
O ex-governador Sérgio Cabral (MDB) prestará novo depoimento ao juiz federal da Lava Jato Marcelo Bretas, na próxima terça-feira. Acusará o seu secretário de Obras, Hudson Braga, de direcionar licitações para obras de infraestrutura nos programas Bairro Novo e Somando Forças em municípios da Baixada Fluminense, além de Niterói, São Gonçalo e Maricá. Contará que a maior beneficiada no esquema de arrecadação de propina era, principalmente, a Oriente Construção Civil. Vai centrar fogo ainda em Alex Sardinha da Veiga, ex-coordenador de licitações da empreiteira, e Geraldo André de Miranda Santos, diretor da Oriente.
PARTILHA POR LOTES E PROPINA DE 1%
Além de admitir corrupção nesses contratos celebrados pelo governo, Cabral explicará a Bretas que as obras do Bairro Novo e do Somando Forças eram divididas por lotes. E, além da Oriente, pelo menos outras 15 empreiteiras participaram. Todas as licitações foram direcionadas, segundo o ex-governador, por Hudson Braga. No ano passado, o Ministério Publico Federal denunciou o caso. De acordo com os procuradores, entre 2010 e 2014, Cabral, por meio de Braga, solicitou e recebeu propina de Alex Sardinha e Geraldo André. Em geral, o valor cobrado era de 1%.
O ARRECADADOR DO EX-GOVERNADOR
Hudson Braga foi preso na Operação Calicute, braço da Lava Jato, em novembro de 2016. O exsecretário e arrecadador de propina de Cabral teve condenações por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro. Por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, foi solto. Braga é apontado nas investigações ainda como controlador de planilhas de pagamento. Segundo o MPF, negociava valores pagos por empreiteiras nas duas gestões de Cabral, período de obras para a Copa e a Olimpíada.
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