Lula será interrogado por Moro na próxima quarta, no prédio da Justiça Federal; essa será a primeira vez que eles ficam cara a cara no processo
Em mais uma medida para assegurar a segurança da população e evitar conflitos no dia do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, a prefeitura da cidade conseguiu uma liminar na Justiça que proíbe acampamentos em ruas e praças da cidade nos próximos dias.
A proibição, que vale entre as 23h desta segunda-feira (8) até as 23h da próxima quarta (10), busca diminuir a possibilidade de movimentos sociais se direcionarem à Curitiba , a fim de protestar contra ou a favor da prisão do petista.
Lula será interrogado por Moro na próxima quarta, às 14h, no prédio da Justiça Federal. Essa será a primeira vez que o ex-presidente e o juiz federal vão ficar cara a cara no processo da Operação Lava Jato.
Nesse processo da Lava Jato, Lula é réu por supostamente receber propina da empreiteira OAS através da reforma de dois imóveis: um tríplex no Guarujá e um sítio em Atibaia, ambos em São Paulo. A defesa do ex-presidente afirma que ele não é dono de nenhuma das residências.
Proibições e cadastramento de moradores
A liminar proíbe expressamente a montagem de estruturas e acampamentos em todas as ruas e praças da cidade, além da passagem de pedestres e veículos nas áreas próximas ao prédio da Justiça.
Mais cedo, a prefeitura anunciou que será colocado um bloqueio de um raio de 150 metros a partir do prédio onde acontecerá o interrogatório e só moradores e jornalistas credenciados poderão ultrapassá-lo.
A multa diária para quem descumprir a restrição de acampamento será de R$ 50 mil. Para quem passar pela região restrita sem autorização, a multa será de R$ 100 mil ou R$ 50 mil.
O cadastramento de todas as pessoas que moram e trabalham na área restrita será feito das 9h às 18h desta segunda-feira (8), pela Polícia Militar. O cadastro é importante para que o depoimento do ex-presidente não altere a rotina dos curitibanos.
Em relação à liminar, a Frente Brasil Popular Paraná, que agrega diversos movimentos socias, com o dos Sem-Terra, se manifestou repudiando a decisão. Além disso, afirmou que as caravanas e as atividades serão realizadas mesmo com tal tentativa de “criminalização dos movimentos sociais”.
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