No Ministério Publico, ele citou nomes de ex-dois procuradores-gerais
O ex-governador Sérgio Cabral revelou ao Ministério Público Federal que indicações políticas para a Justiça e Ministério Público estadual também eram atribuições de Régis Fichtner, tratado como primeiro-ministro de seu governo, além de integrar o esquema de corrupção do Palácio Guanabara. Cabral citou um atual ministro do Superior Tribunal de Justiça que à época ganhou vaga de desembargador com a ajuda de Fichtner.
Em um depoimento a que a coluna teve acesso, Cabral mencionou os ex-procuradores-gerais Marfan Vieira e Cláudio Lopes. No caso de Marfan, Fichtner atuou para recondução dele a chefe do Ministério Público. Já Lopes teria arquivado procedimento da Cedae para conseguir também ser mantido como procurador-geral. Em relação a Marfan, Cabral disse o seguinte “…; QUE REGIS também o ajudou a resolver um problema com MARFAN, havendo processos recíprocos entre eles, sendo que havia certo atrito entre o depoente e MARFAN, sendo que este último pediu a REGIS que o reaproximasse do depoente, a fim de que este, se eleito, o reconduzisse ao cargo de PGJ; QUE eles fizeram as pazes, retiraram os processos, e foi prometida a recondução; …”
Em nota Marfan esclareceu o seguinte: “No dia 30 de abril de 2003, há quase dezesseis anos, portanto, ingressei com ação de responsabilidade civil por danos morais contra o então senador Sérgio Cabral Filho, em razão de ofensas por ele assacadas contra mim pela imprensa. Cerca de um ano depois, fui procurado por Regis Fitchner, que à época chefiava o gabinete do então senador, o qual me pediu que não prosseguisse na demanda contra Cabral, uma vez que o episódio causador do litígio já se achava inteiramente superado e sem consequências danosas para o ofendido. Como se tratava de processo referente a interesse exclusivamente pessoal, decidi acolher o pleito e orientei meu advogado a não prosseguir na causa.
A cronologia dos fatos, no entanto, é muito importante para a exata compreensão do ocorrido. Na verdade, a extinção do aludido processo ocorreu no ano de 2004, quando eu ainda ocupava a função de presidente da Associação do Ministério Público. Em realidade, meu primeiro mandato como Procurador-Geral de Justiça
somente veio a ocorrer em 2005 e quem me nomeou para o cargo foi a então governadora Rosinha Garotinho. Ainda no que tange à cronologia, é relevante observar que Cabral só se tornou governador do Estado do Rio de Janeiro no ano de 2007, após candidatura formalizada no ano de 2006, o que, por si só, torna inverossímil a estória de um suposto acordo de recondução celebrado em 2004, quando Cabral não era sequer candidato ao governo do Estado e eu tampouco ocupava a chefia institucional do Ministério Público”.
Procurado, Claudio Lopes não foi localizado.
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