A grave declaração de Rodrigo Maia vai contra os princípios de uma nação como o Brasil
24 de dezembro de 2020

Em pronunciamento feito no dia 18 deste mês, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, trouxe à tona o seu combate aos valores e anseios populares que alçaram o Presidente Bolsonaro ao poder.

Tal declaração contraria a identidade nacional e os costumes que refletem a parte majoritária do país. Ele configurou todo esse conjunto de valores como uma “agenda de costumes que gera ódio e divisão”, sem apontar quais seriam esses costumes específicos, mas destacando que são costumes incorporados e representados pelo Bolsonaro e salientando assumir um posicionamento de oposição “leal” ao governo nessas pautas específicas e um aliado no que considera como “bom” ou “positivo”.

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É sempre bom salientar que essa declaração não é apenas uma tática retórica e performática para simular um posicionamento de sobriedade e neutralidade, mas uma declaração de guerra contra a agenda e os anseios populares que representam mais de 57 milhões de brasileiros que, por meio do voto popular, gritaram sufocados por uma mudança substancial no establishment, conclamando por uma agenda de lei e ordem, combate à corrupção, pelo fim do presidencialismo de coalização, pelo livre-mercado e contra o avanço comunista.

A maioria da população, segundo pesquisas executadas pelos principais institutos de pesquisa do país, se identifica com pautas conservadoras de combate à criminalidade e que foram incorporadas pelo Presidente Bolsonaro desde o início de sua carreira parlamentar.

O brasileiro é conservador. O brasileiro é contra o aborto, contra a descriminalização das drogas, contra o casamento gay, contra a ideologia de gênero e outras pautas tão discutidas no cenário político atual.

Declarar ser inimigo de uma suposta ‘agenda de costumes que gera ódio’ não passa de um cacoete mental medíocre repetido copiosamente em um processo histérico pela grande mídia e pelo círculo ideológico do extremismo de centro e da ala progressista.

O artifício retórico consiste em sustentar um verniz de equilíbrio e sobriedade para acusar o seu inimigo político de extremismo e radicalismo, não passando de palavrinhas mágicas com grande poder de impacto emocional e psicológico – ancoradas em significados pejorativos, gerando uma onda massiva e negativa de reação contra esse adversário através de artifícios semânticos infantis.

Quando alguém propaga esse artifício retórico, acaba contribuindo para o processo de marginalização e criminalização pública de qualquer coisa que possa ser proferida ou feita por seu inimigo político.

Dessa forma, qualquer defesa ou pauta que parta da turminha “equilibrada e de centro” ganha credibilidade automática, e qualquer pauta ou defesa do grupo pejorativamente coroado como “radical e extremista”, mesmo que correta e com farta fundamentação, perde a credibilidade e entra no limbo das acusações de posicionamentos conspiratórios, obscurantistas ou anti-científicos.

E para completar o show teatral e histriônico, Rodrigo Maia conclui ser um defensor da “democracia”, mesmo que isso implique em vacinação compulsória, por exemplo.

Ser a favor da supressão de liberdades individuais básicas e de locomoção e outras ideias ou pautas que atentam contra qualquer ideia está muito longe de ser democracia ou liberdade.

Se dizer a favor da democracia tornou-se outro cacoete badalado no vocabulário do virtuosismo retórico dessa turma, e embora não façam ideia do que estejam falando, é bonitinho e pega bem você repetir copiosamente ser a favor da democracia e acusar seus inimigos de conspiração.

Aliás, não é só moda dizer ser a favor da democracia sem ser, como também faz parte desse pacote procurar incorporar a democracia em si, que é justamente o caso do ministro Alexandre de Moraes, que conduzir um inquérito kafkaniano completamente descabido, ilegal e inconstitucional sob o falso pretexto de proteger as instituições e uma democracia que jamais foram ameaçadas. Seu pior inimigo? Internautas ativistas, favoráveis ao Presidente da República e cidadãos comuns que criticam as ações questionáveis do STF.

O show de horrores continua, e ninguém pode se dizer a favor da democracia se declarando inimigo de uma agenda que representa a maioria da população.

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