Medidas decretadas por Witzel para isolar Rio está em vigor desde sábado (21)
23 de março de 2020

Decreto assinado na quinta-feira (19) começou a valer à 0h01 deste sábado (21). Texto reduz funcionamento de transportes e impede entrada de ônibus na capital do estado.

Entraram em vigor às 0h01 deste sábado (21) as restrições decretadas pelo Governo do Rio de Janeiro com o objetivo de isolar a capital do estado e reduzir o risco de disseminação do novo coronavírus.

Nos transportes, ônibus não vão poder entrar no Rio, e estações de trens, barcas e metrô terão o funcionamento reduzido. Na sexta-feira (20), as ruas já estavam bem mais vazias e, provavelmente, deverão ficar mais desertas por conta das determinações.

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Proibidos de entrar no Rio, os ônibus intermunicipais serão direcionados para estações de trem – quando vierem da Baixada Fluminense; ou de barcas – quando a origem for de Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana. Ainda assim, nem todos terão acesso à cidade.

Em estações das barcas, por exemplo, terá barreiras para a chegada ao Rio. Para embarcar, o passageiro terá que apresentar crachá ou contracheque, provando que trabalha em um dos setores essenciais, como saúde, segurança ou supermercados.

 

Funcionários das concessionárias e policiais vão fazer o controle de quem pode ou não embargar. Outros trabalhadores, como diaristas e cuidadores de idosos, ficaram fora da decisão.

“Cuidador de idoso ficar entrando e saindo transporte público é alto risco. Cuidador de idoso tem que ficar lá, dormir com ele [com o idoso], não pode sair e voltar. Isso é um risco elevadíssimo para o idoso. São essas questões que temos que orientar a população”, afirmou o governador Wilson Witzel.

Corridas por aplicativos

O decreto de Witzel também proíbe que carros de aplicativo façam corridas do Rio para outras cidades da Região Metropolitana. E vice-versa.

Shoppings fechados

Na sexta-feira (20), os shoppings fecharam as portas. Bares e restaurantes só podem receber até 30% da capacidade.

Triagem no metrô

A concessionária MetrôRio afirmou que a operação das linhas 1, 2 e 4 continuará regularmente, com todas as estações do sistema abertas.

No entanto, nas estações Pavuna, Engenheiro Rubens Paiva e Acari – devido ao decreto – haverá pontos de controle instalados nos acessos às estações.

Nos locais, a Polícia Militar fará, a partir deste sábado, triagem de usuários que sejam trabalhadores de setores definidos como ‘essenciais’.

Acesso a praias proibido

O decreto também proíbe que a população frequente praias e lagoas.

Ônibus proibidos de chegar ao Rio

As medidas adotadas pelo governo também proíbem a chegada de ônibus ao Rio em ônibus que venham de quatro estados: São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia, além do Distrito Federal. Nesses lugares, já há a circulação do novo coronavírus.

Voos suspensos

Os voos que chegam desses mesmos estados e de qualquer destino internacional também foram proibidos.

No entanto, a suspensão da chegada de ônibus ao Rio ou de interrupção do tráfego aéreo são de competência federal.

Por enquanto, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou que o transporte interestadual de passageiros continua operando.

E a Agência Nacional de Aviação Civil comunicou que o fechamento de aeroportos pode prejudicar de forma irresponsável o deslocamento de pessoas, profissionais de saúde, vacinas, órgãos para transplantes e até insumos para medicamentos para estados brasileiros.

BRT fechado

A Prefeitura do Rio também determinou o fechamento do serviço do BRT Transoeste no fim de semana. A medida, segundo justificativa do município, é para evitar aglomerações nesses veículos e a propagação do coronavírus na população.

A circulação será suspensa a partir de 0h de sábado e será reiniciada na próxima segunda-feira (23), às 4h. Os serviços que circulam nos corredores Transcarioca e Transolímpica continuarão normais neste sábado e domingo.

Bolsonaro critica decreto

O presidente Jair Bolsonaro criticou o decreto de Witzel classificando as medidas como “exageradas”.

“Estão tomando medidas, no meu entender, exageradas. Fechar aeroporto do RJ. Não compete a ele, meu deus do céus, a Anac tá a disposição, a Anac é uma agência autônoma, que tá aberta a todo mundo, pra conversar”, afirmou Bolsonaro.

O presidente também disse estar preocupado com as medidas, e argumentou que o Rio de Janeiro não é outro país, reforçando que o Brasil é uma federação.

 

“Isso aqui é uma federação. E temos que tomar medidas equilibradas, porque cada vez mais leva o pânico. Se vocês acompanharem o que está acontecendo com o povo mais pobre, daqui a pouco vamos ter problemas de saque, problemas outros vão aparecer no Brasil”, afirmou.

G1