Decreto assinado na quinta-feira (19) começou a valer à 0h01 deste sábado (21). Texto reduz funcionamento de transportes e impede entrada de ônibus na capital do estado.
Entraram em vigor às 0h01 deste sábado (21) as restrições decretadas pelo Governo do Rio de Janeiro com o objetivo de isolar a capital do estado e reduzir o risco de disseminação do novo coronavírus.
Nos transportes, ônibus não vão poder entrar no Rio, e estações de trens, barcas e metrô terão o funcionamento reduzido. Na sexta-feira (20), as ruas já estavam bem mais vazias e, provavelmente, deverão ficar mais desertas por conta das determinações.
Proibidos de entrar no Rio, os ônibus intermunicipais serão direcionados para estações de trem – quando vierem da Baixada Fluminense; ou de barcas – quando a origem for de Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana. Ainda assim, nem todos terão acesso à cidade.
Em estações das barcas, por exemplo, terá barreiras para a chegada ao Rio. Para embarcar, o passageiro terá que apresentar crachá ou contracheque, provando que trabalha em um dos setores essenciais, como saúde, segurança ou supermercados.
Funcionários das concessionárias e policiais vão fazer o controle de quem pode ou não embargar. Outros trabalhadores, como diaristas e cuidadores de idosos, ficaram fora da decisão.
“Cuidador de idoso ficar entrando e saindo transporte público é alto risco. Cuidador de idoso tem que ficar lá, dormir com ele [com o idoso], não pode sair e voltar. Isso é um risco elevadíssimo para o idoso. São essas questões que temos que orientar a população”, afirmou o governador Wilson Witzel.
Corridas por aplicativos
O decreto de Witzel também proíbe que carros de aplicativo façam corridas do Rio para outras cidades da Região Metropolitana. E vice-versa.
Shoppings fechados
Na sexta-feira (20), os shoppings fecharam as portas. Bares e restaurantes só podem receber até 30% da capacidade.
Triagem no metrô
A concessionária MetrôRio afirmou que a operação das linhas 1, 2 e 4 continuará regularmente, com todas as estações do sistema abertas.
No entanto, nas estações Pavuna, Engenheiro Rubens Paiva e Acari – devido ao decreto – haverá pontos de controle instalados nos acessos às estações.
Nos locais, a Polícia Militar fará, a partir deste sábado, triagem de usuários que sejam trabalhadores de setores definidos como ‘essenciais’.
Acesso a praias proibido
O decreto também proíbe que a população frequente praias e lagoas.
Ônibus proibidos de chegar ao Rio
As medidas adotadas pelo governo também proíbem a chegada de ônibus ao Rio em ônibus que venham de quatro estados: São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia, além do Distrito Federal. Nesses lugares, já há a circulação do novo coronavírus.
Voos suspensos
Os voos que chegam desses mesmos estados e de qualquer destino internacional também foram proibidos.
No entanto, a suspensão da chegada de ônibus ao Rio ou de interrupção do tráfego aéreo são de competência federal.
Por enquanto, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou que o transporte interestadual de passageiros continua operando.
E a Agência Nacional de Aviação Civil comunicou que o fechamento de aeroportos pode prejudicar de forma irresponsável o deslocamento de pessoas, profissionais de saúde, vacinas, órgãos para transplantes e até insumos para medicamentos para estados brasileiros.
BRT fechado
A Prefeitura do Rio também determinou o fechamento do serviço do BRT Transoeste no fim de semana. A medida, segundo justificativa do município, é para evitar aglomerações nesses veículos e a propagação do coronavírus na população.
A circulação será suspensa a partir de 0h de sábado e será reiniciada na próxima segunda-feira (23), às 4h. Os serviços que circulam nos corredores Transcarioca e Transolímpica continuarão normais neste sábado e domingo.
Bolsonaro critica decreto
O presidente Jair Bolsonaro criticou o decreto de Witzel classificando as medidas como “exageradas”.
“Estão tomando medidas, no meu entender, exageradas. Fechar aeroporto do RJ. Não compete a ele, meu deus do céus, a Anac tá a disposição, a Anac é uma agência autônoma, que tá aberta a todo mundo, pra conversar”, afirmou Bolsonaro.
O presidente também disse estar preocupado com as medidas, e argumentou que o Rio de Janeiro não é outro país, reforçando que o Brasil é uma federação.
“Isso aqui é uma federação. E temos que tomar medidas equilibradas, porque cada vez mais leva o pânico. Se vocês acompanharem o que está acontecendo com o povo mais pobre, daqui a pouco vamos ter problemas de saque, problemas outros vão aparecer no Brasil”, afirmou.
G1
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