Depois de a Polícia Rodoviária Federal (PRF) repudiar o salto de paraquedas feito por dois homens que pularam de um carro em movimento na Ponte Rio-Niterói, o motorista da dupla defendeu que a prática de basejump é um esporte, não um crime. O atleta Diego Pimenta, que também pratica paraglider e wingsuit – outras modalidades de voos livres – alega que todos os riscos e movimentos do grupo foram “friamente calculados”.
— O carro de onde foi realizado o salto trafegava em velocidade reduzida, porém acima dos 50% da velocidade máxima permitida na via de forma a não atrapalhar ninguém ao redor. O salto foi planejado e executado com máxima segurança, considerando a natureza de risco do esporte. Não havia nenhuma embarcação próxima ao pouso dos atletas no momento do salto — explicou Diego.
Na tarde desta segunda-feira (25/01), a PRF informou que irá notificar a associação de voo sobre o salto para que sejam tomadas as medidas administrativas cabíveis. O órgão alega que no local não é permitido esse tipo de atividade pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo. Os três já foram identificados e devem ser autuados por quatro infrações de trânsito: falta do uso de cinto; condução de pessoas na parte externa; promover exibição não autorizada em via; e não guardar distância lateral da pista.
O vídeo que mostra o salto viralizou nas redes sociais no fim de semana. As imagens foram gravadas por volta das 9h do último dia 22. Diretor superintendente da Ecoponte, concessionária que administra a via, Julio Amorim afirmou que o episódio gerou um “iminente risco” para motoristas e embarcações.
— Foi possível identificar que vários veículos tiveram que desviar pela baixa velocidade imposta pelo veículo envolvido na ocorrência. Além disso, há de se destacar também que o local do salto, o Vão Central, é o que nós chamamos de “canal navegável”, exclusivo para o tráfego de grandes embarcações. Além do risco na rodovia, existiu o risco envolvendo as embarcações. Todas as medidas estão sendo adotadas no âmbito de responsabilização dessa ocorrência, que não foi autorizada por nenhum dos entes responsáveis pela rodovia — disse.
Para Diego, a única diferença entre o que foi feito no vídeo e uma exibição de alta performance foi a ausência de autorização formal:
— Os atletas são experientes e nenhum dano foi causado ao erário público. Basejump é um esporte, não um crime, e as únicas pessoas em risco são os próprios praticantes. Os atletas repudiaram o repúdio, e todos acreditam que há questões bem mais relevantes ao país que não são encaradas com a mesma seriedade.
Confira a nota da PRF na íntegra:
A PRF repudia a conduta dos três elementos que praticaram a modalidade esportiva conhecida por “base jumping” na ponte Rio-Niterói. O fato ocorreu no dia 22 de janeiro deste ano, por volta das 9 horas da manhã, na pista sentido Niteroi.
Apesar de não ser um esporte proibido no Brasil, como é em outras nações, a localidade escolhida e a forma como foi realizado o salto, de um veiculo em movimento, causaram imensurável risco de acidentes, tanto aos praticantes do esporte, quanto aos demais usuários da via.
Cabe mencionar o fato de ter sido averiguado nas investigações da PRF que, ao menos um dos participantes é instrutor deste tipo de modalidade esportiva, fornecendo o serviço de instrução para saltos e de saltos em dupla de forma comercial.
Informamos que a PRF e a concessionária não foram comunicadas da pretensão dos esportistas de realizar os saltos, que, conforme demonstrado nas imagens, foram planejados de forma premeditada, haja vista possuirem um jetski a espera na baia de guanabara para resgate.
Por fim, informamos que todos os elementos já foram identificados pela PRF, que tomará as medidas cabiveis na esfera da legislação de trânsito, bem como, comunicará a polícia judiciária e os demais orgãos competentes o fato, a fim que possam também proceder na forma da lei.
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