As duas artistas compartilham de um ponto de virada em comum na própria trajetória de vida
As redes sociais têm aplaudido, no Brasil, os testemunhos de conversão de Cássia Kis e Elba Ramalho, duas artistas conhecidas nacionalmente e que compartilham de um ponto de virada em comum na própria trajetória de vida: o fato de já terem feito aborto e, depois, se arrependido e encontrado a conversão, a reconciliação, a alegria e um novo propósito de vida na Igreja Católica.
Cássia Kis
Neste começo de maio, a atriz Cássia Kis, de 65 anos, participou do programa “Encontro”, da Rede Globo, e revelou que fez um aborto em 1985, mas depois se tornou uma defensora da vida:
“Eu fiz um aborto, não foi um aborto espontâneo. Isso mudou muito da minha vida. Hoje eu sou uma madrinha que defende a vida, que protege a vida. As mulheres que querem fazer aborto, eu corro atrás para não fazer”.
Ela também falou dos filhos:
“Eu tenho quatro filhos aqui na terra e dois estão lá em cima”.
A atriz ainda foi explícita ao declarar e valorizar a fé católica e afirmá-la como verdadeira, diante de um meio em que prevalece o relativismo:
“A vida católica é linda. A fé só existe no catolicismo. Não é um encontro, é ver a verdade, é estar dentro da verdade”.
Acrescentando que reza o terço todos os dias, Cássia Kis afirmou que espera ansiosamente pela Santa Missa:
“Eu fico me preparando para, no domingo, estar na Missa, encontrar os católicos, compreender por que uma família católica tem tantos filhos, diante de um mundo que faz tantos abortos”.
O testemunho de Cássia Kis repercutiu com força nas redes sociais, e, entre os milhares de comentários, a maioria foi de elogios: “Cássia Kis, parabéns pela bravura, pela coragem”, escreveu uma fã, enquanto outra enfatizou precisamente a coragem de proferir esse testemunho num meio em que a fé católica é frequentemente distorcida: “Mulher vai na emissora mais progressista do país e lança uma dessas, foi máximo”.
Elba Ramalho
A trajetória de Cássia Kis, tal como relatada por ela própria no programa, foi amplamente comparada com a de Elba Ramalho, cantora que também testemunhou abertamente um profundo processo de conversão e reencontro com a fé católica e de comprometimento com a cultura da vida após ter feito aborto na juventude.
Durante entrevista concedida em 2012 à agência católica ACI Digital, a cantora explicou por que, depois de “perder-se” na juventude, decidiu retornar à Igreja Católica, a fé em que havia sido criada desde a infância.
Alguns de seus testemunhos de fé:
“Nossa Senhora da Conceição era nosso farol e nossa guia”.
Sobre o afastamento de Deus durante a juventude:
“Liberdade excessiva acaba se tornando uma prisão”
“Passei por experiências difíceis e delicadas, com droga, com loucura, com abortos, exaltando sempre a minha ‘liberdade’ e meus ‘direitos’”.
Sobre a conversão:
“Até que reencontrei Nossa Senhora de uma forma mística, bonita, profunda… Através dela, das suas mãos maternais, do seu útero materno, através de toda a história do seu ‘sim’, do seu ‘fiat’ [nota da redação: ‘faça-se’, em latim; refere-se à resposta de Maria na Anunciação: ‘Faça-se em mim segundo a Vossa vontade’], que representou a salvação do mundo no processo onde se encerra todo o mistério da nossa religião, que é a Trindade Santa, eu voltei para a Igreja católica, para os ritos e dogmas da minha Igreja”.
“Quando eu vejo uma pessoa dizer ‘Sou católico não praticante’, eu digo ‘Não conheço essa religião’, porque o católico praticante conhece o Evangelho, conhece a Palavra, vai à Missa, confessa, confia na Misericórdia, é um grande profeta, evangelizador, caminha guiado pelos passos de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
“Tenho horror ao pecado embora seja uma grande pecadora”.“Foi pela Misericórdia de Jesus que eu fui resgatada do peso de ter feito aborto. Ele me disse: ‘Agora vá defender vidas’. Por isso eu me juntei ao movimento pró-vida”.
Em uma entrevista ainda anterior, concedida em dezembro de 2011 ao site Destrave, da Canção Nova, Elba contou um pouco da sua transformação em defensora convicta da vida humana desde a concepção:
“Sou uma pessoa que, depois de andar muito pelos túneis escuros da vida, voltei à minha fé, à minha Igreja Católica, à Missa, à confissão, aos ritos da Igreja. Eu conheço os dogmas da Igreja, conheço um pouco a Vontade de Cristo porque estou muito próxima d’Ele em oração. Conheço o amor de Nossa Senhora pelo mundo (…) Aos poucos fui me envolvendo numa consciência espiritual profunda até que, por meio dessa espiritualidade, cheguei ao movimento pró-vida (…) Eu assumi um compromisso com Deus que eu faria parte dessa luta (…) A responsabilidade crística independe de religião, é de cada criatura: dizer não ao aborto e dizer sim à vida”.
Ela fala também do contexto da sua juventude, do aborto que realizou por ignorância, da tomada de consciência da gravidade desse ato, da conversão, da reconciliação com Deus e da paz de consciência ao saber-se perdoada:
“É um pecado confessado, é um pecado redimido, perdoado. Por isso que eu sou católica e acredito nas palavras de Jesus: ‘A quem perdoardes na terra, será perdoado no céu’”.
Elba também testemunha a necessidade de um compromisso firme assumido com a vida. E ela dá um conselho explícito às mulheres que pensam em abortar:
“[Não aborte] em nenhuma, em nenhuma questão, de estupro, de nada! Você assuma seu filho. É uma vida que tem dentro de você, é o seu filho. Compreenda a Deus, que Deus tem várias formas de falar com a gente. Não é só pelo ‘bem-bom’, como a gente quer… Ninguém quer ter dor, angústia, sofrimento. Deus ensina a gente muito pela dor, muito por situações adversas. Não mate seu filho achando que você pode, está liberado, a sociedade permite, as leis… As amiguinhas modernas vão te aconselhar a fazer, às vezes até o marido, às vezes o namorado, que diz ‘Se você ficar com a criança eu vou te largar’… Deixa ele ir. Deus vai te colocar outro melhor. Em circunstância nenhuma, nunca cometa esse ato atroz, terrível, triste, que tanto magoa e fere o coração de Deus”.
Confira a entrevista que Elba concedeu ao Destrave:
Formado em Sistemas de Informação pela FAETERJ, carioca de coração, apaixonado por teologia, tecnologia, matemática, geografia, história e pela sociedade em geral.
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