A história do Planetário de Paracambi se perde no esquecimento do poder público.
O Seropédica Online foi visitar a área da antiga Fábrica de tecidos de algodão de Paracambi (Companhia Têxtil Brasil Industrial), a convite do Planetarista Rogério Santos, que foi operador do Planetário de Paracambi. Rogério falou que aquele local é um lugar ideal para alunos das escolas municipais e estaduais visitarem, porque além de um Planetário, (atualmente fechado) existe o espaço da ciência, com vários experimentos de física, onde mostra fenômenos naturais relacionados com a mecânica, termologia, acústica, óptica, eletricidade, e física moderna. Também existe uma Brinquedoteca com vários brinquedos feitos de madeira, alem de um Horto Florestal magnífico, que vale a pena visitar.
Rogério fala ainda que no espaço da fabríca funciona o Centro de Educação Tecnológica e Profissionalizante CETEP, (FAETEC), CEDERJ. Local hoje conhecido como a Fábrica de Conhecimentos: Nela temos, Escola de Música Villas Lobo, e Escola de Teatro.
Rogério disse da tristeza de ver um investimento em tecnologia abandonado: “O Planetário localizado no complexo estudantil conhecido como Fábrica de Conhecimentos, foi construído em 2002, inaugurado em 8 de agosto do mesmo ano, ali foi palco de apresentações astronômicas para alunos das redes estaduais, municipais, particulares de Paracambi e cidades vizinhas”.
“Também recebeu diversas autoridades políticas (Senador Saturnino Braga, Deputados Federal, Estadual, Prefeitos, Secretários diversos e Vereadores; Assim como cientistas nacionais, Fisíco Marcomede Rangel Nunes, o astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, astrônomos, norte americanos e Suíços. Ele teve uma vida curta, pois fechou-se para reforma em 2004, e desde então encontra-se esquecido, na verdade abandonado” destaca Rogério.
Companhia Têxtil Brasil Industrial, Conheça sua história.
Na segunda metade dó século XIX, a instalação da Companhia Têxtil Brasil Industrial (1871) e a expansão da Estrada de Ferro D. Pedro II (RFFSA) até a fábrica de tecidos de algodão, através da implantação do ramal de Macacos (entre Macacos e Belém – atual Paracambi e Japeri), em terras da então Fazenda Ribeirão dos Macacos, atraíram a população do povoado de São Pedro e São Paulo que migrou em massa, contribuindo para o crescimento do povoado dos Macacos, hoje centro da cidade de Paracambi.
A facilidade que o meio de transporte ferroviário proporcionava estreitando ainda mais a distância para o Rio de Janeiro (centro comercial, financeiro e capital administrativa – capital do Império e posteriormente capital da República) deu possibilidades concretas para a instalação de fábricas no local, mas não pode ser considerado o fator único determinante para o surgimento de um núcleo industrial têxtil nesta região fluminense. Outro fator importante foi a abundância de rios e quedas d’água na região.
A Cia. Brasil Industrial foi instalada num sopé próximo da Serra do Mar, abrangendo em suas terras as quedas d’água do Ribeirão dos Macacos e outros rios próximos.
É certo que o nascimento da indústria têxtil nesta região particular do Estado do Rio de Janeiro, ao lado da decadência da cafeicultura fluminense, significava que a economia fluminense não estava de todo em decadência.
Weid & Bastos coloca a fábrica da Cia.
Brasil Industrial como a mais importante do Império. Fato que confirma a importância desta fábrica de tecidos de algodão na economia nacional durante a década de 1880 foram as visitas da família imperial. Segundo os diretores da companhia, a primeira visita ocorreu em julho de 1879. Toda a família imperial honrou a fábrica com sua visita tendo o Imperador examinado detidamente todas as seções e o trabalho da fábrica pelo que se mostrou satisfeito.
A segunda visita foi na reinauguração da fábrica em 3/11/1885 (após o incêndio de 21/12/1883), quando o Imperador e sua família “dignaram-se honrar com as suas presenças a festa industrial de reinauguração da fábrica, pronunciando palavras benévolas e animadoras do cometimento, que serviram de estímulo para o desenvolvimento da indústria
No início dos anos 90, a Cia. Brasil Industrial, teve suas portas fechadas.
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