Desde 2012, uma cooperação entre os governos do Brasil e do Senegal está levando infraestrutura e técnica a pequenos produtores familiares do país africano com o intuito de produzir renda e gerar emprego. A UFRRJ vem atuando ativamente nesta parceria, coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), ligada ao Ministério das Relações Exteriores.
O projeto “PAIS – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável”, levado ao Senegal, integra técnicas simples de produção agrícola baseadas em modelos utilizados por pequenos produtores. Ele ensina famílias de baixa renda a cultivar em sua propriedade rural, de forma sustentável e rentável, empregando os recursos disponíveis no próprio local. A proposta consiste na criação integrada de animais, hortaliças e frutas com aproveitamento cíclico da produção e de seus resíduos na forma da cadeia alimentar. Esta proposta pode dar sequência a uma estratégia de produção de alimentos baseada no princípio da segurança alimentar das famílias, com perspectivas de geração de renda a partir da venda do excedente.
A iniciativa teve tanto sucesso que se tornou política pública no Senegal, com o projeto original desenvolvido entre os anos de 2012 e 2015. Numa segunda fase do projeto, iniciada em julho de 2018, a UFRRJ vem exercendo papel fundamental. O vice-reitor professor Luiz Carlos Lima esteve presente nas missões ao país africano, em agosto de 2017 e novembro de 2018, acompanhando seus aspectos econômicos. Já a professora Rúbia Wegner, do Departamento de Economia/ICSA, e o professor Antonio Carlos de Souza Abboud, do Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola e gestor do projeto PAIS-Senegal na universidade, participaram também da missão de 2018.
A professora Anelise Dias, do Instituto de Agronomia, também participa do projeto: “Essa segunda fase vai ser a implantação de novas unidades do Sistema PAIS e a formação de atores locais para a produção agroecológica e a criação de um Sistema Participativo de Garantia (SPG), que é um mecanismo de certificação orgânica, algo que ainda não existe no Senegal. A ideia é que eles tenham acesso ao mercado com um produto diferenciado”, aponta a professora, que também visitou o Senegal e atua no projeto.
Ainda segundo Anelise, a questão da promoção da saúde por meio da alimentação é tratada com importância em todo o mundo e tem se mostrado transformadora no mercado. “O produto orgânico tem valores agregados além daqueles nutricionais já embutidos. O mercado tem cada vez mais foco neste tipo de alimento e isso vai ser uma inovação incrível para o Senegal.”
O projeto no Senegal teve resultados bastante positivos, como por exemplo, o aumento na geração de renda das famílias beneficiadas que, em média, subiu mais de 60%. Em alguns casos, chegando a um crescimento de mais de 200%. “Esse projeto também visa o retorno dos jovens ao campo, que podem agora encontrar lugar nessa nova agricultura agroecológica. E a geração de emprego por parte dela também deve evitar a imigração de outros jovens senegaleses”, explica Luiz Carlos.
Fotos: Antonio Carlos de Souza Abboud/arquivo pessoal
Texto: CCS com informações da Agência Brasileira de Cooperação (ABC)/Ministério das Relações Exteriores, 2018
Texto original na íntegra: “Cooperação Técnica Brasil África. Parcerias de sucesso inspiram o desenvolvimento africano” (2018)
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