Além da crise do governo do estado do Rio de Janeiro, que atrasa o salário de servidores e prejudica o calendário acadêmico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), as instituições federais fluminenses também sofrem com os cortes de verbas.
Um dos casos é a Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ), na Baixada Fluminense, que teve redução de mais de 50% nos repasses e sofre com falta de conservação e de energia. Outras instituições, como a UFRJ, UniRio e a UFF, têm de lidar com a diminuição das bolsas, demissão de terceirizados e fuga de pesquisadores.
Segundo reportagem da rádio CBN, a falta de energia elétrica e de serviços de conservação obrigou a UFFRJ a remanejar parte de suas aulas para uma escola estadual vizinha da instituição, na cidade de Seropédica.
O reitor Ricardo Berbara diz que a situação é dramática e que a universidade tem utilizado emendas parlamentares para lidar com as dívidas. Entretanto, até 40% dos terceirizados poderão ser demitidos até o final do ano.
“Estamos sofrendo uma certa decadência do nosso patrimônio. Nossos equipamentos se tornam obsoletos e a gente não têm capacidade de recuperá-los. E os prédios também, não temos recursos para mantê-los”, afirma.
As quatro universidades federais do Rio de Janeiro tem em torno de 93 mil alunos, sendo que a maior é a UFRJ, onde 20% das bolsas do CNPq não foram renovadas. A instituição estima um déficit de cerca de R$ 115 milhões.
Já a Universidade Federal Fluminense teve uma redução de 53% no investimento previsto no orçamento deste ano, na comparação com o ano passado. A falta de recursos prejudica o pagamento da bolsas e tem provocado um aumento da evasão.
Na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, a UniRio, foi anunciado um corte de 10% no custeio e de 30% no investimento.
De acordo com os reitores, o cenário se repete em diversas universidades pelo país, com demissões, contas atrasadas e paralisação de obras de expansão. A verba deve ficar ainda mais curta em 2018, graças à PEC do teto, e há o temor de sucateamento e fechamento de vagas.
Os reitores das instituições de ensino superior afirmam que o dinheiro disponível para manutenção só é suficiente para pagar as contas até setembro. O corte no orçamento para custeio das universidades foi de quase 7% este ano, uma verba quase 13% menor que a do ano passado, considerando a inflação.
“A universidade se vê diante de uma escolha, como se fosse a escolha de Sofia: vai pagar os salários dos terceirizados ou pagar a bolsa do estudante? Ou pagar energia elétrica? Não podia ser uma escolha. A gente tem que pagar isso tudo dando condições reais de funcionamento das instituições”, afirma Cláudio Ribeiro, do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior.
Notícias de Seropédica, do Brasil e do Mundo
Relacionado