O Laboratório de Ecologia de Peixes (LEP-UFRRJ) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro desenvolve atividades de educação, pesquisa e extensão há mais de 30 anos. O LEP-UFRRJ é coordenado pelo professor Francisco Gerson Araújo, Doutor pela Universidade de Londres, Mestre em Oceanografia Biológica pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande e Graduado em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Ceará.
O Professor Francisco Gerson é um dos pesquisadores mais atuantes da UFRRJ e um dos ictiólogos mais respeitados no Brasil. Sob sua coordenação, o laboratório tem recebido apoio de agências oficiais de fomento às pesquisas, como CNPq, CAPES e FAPERJ, bem como da iniciativa privada, como LIGHT, FURNAS, FUNBIO e TKCSA, e vem atuando na formação e treinamento de pessoal em diversos níveis (Iniciação Cientifica, Mestrado, Doutorado, Pós-Doutorado). Mais de 200 publicações resultantes do trabalho desenvolvido no laboratório têm sido vinculadas a jornais científicos nacionais e internacionais especializados na área de ictiologia.
Nesse longo período de atuação, diferentes sistemas aquáticos do Estado do Rio de Janeiro foram amostrados, como as Baias de Ilha Grande, Baia de Sepetiba, Rios Paraíba do Sul, Rio Guandu, Lagoas Costeiras de Marica, Saquarema e Araruama, além de inúmeras praias costeiras que se estendem desde o litoral de Paraty até Macaé. As linhas de pesquisas abrangem ecologia de comunidades de peixes em diferentes aspectos, como padrões de distribuição e abundância das populações, ecomorfologia, alimentação, reprodução, avaliação da qualidade de hábitats aquáticos e das características físico-químicas e suas relações com a ictiofauna.
Atualmente, dois grandes projetos estão em andamento no Laboratório de Ecologia de Peixes (LEP-UFRRJ). O primeiro se refere a análise química dos otólitos de peixes dos sistemas costeiros do Estado do Rio de Janeiro. Os otólitos são estruturas de carbonato de cálcio encontradas no ouvido interno dos peixes e que fornecem informações importantes sobre o ciclo de vida dos peixes. Segundo a Dr. Magda Tubino, pesquisadora de Pós-Doutorado do LEP, o principal objetivo do projeto é identificar os padrões de movimentação, migração e conectividade de populações de peixes, com foco em importantes estoques pesqueiros, como corvinas (Micropogonias furnieri), tainhas (Mugil liza), pescadas (Cynoscion leiarchus) e robalos (Centropomus undecimalis). Para a realização do projeto, foi formada uma equipe de pesquisadores de diferentes instituições de pesquisas (UFRRJ, UNIRIO, UFERSA, UFF, PUC-Rio). Este projeto recebe apoio financeiro de uma medida compensatória estabelecida pelo Termo de Ajustamento de Conduta de responsabilidade da empresa Chevron, conduzido pelo Ministério Público Federal – MPF/RJ, com implementação do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO. Ao final, espera-se que as informações geradas fornecem subsídios para políticas de conservação e gerenciamento no uso dos recursos pesqueiros pelos órgãos competentes públicos e privados.
Outro importante projeto conduzido atualmente do LEP se refere ao monitoramento dos peixes, da qualidade da água e do ambiente do Reservatório de Lajes, localizado entre os municípios de Piraí e Rio Claro. Lajes é um reservatório estratégico construído entre 1905-1907 para gerar energia elétrica para a então capital do país na época, a cidade do Rio de Janeiro. Atualmente, além da geração de eletricidade, o reservatório apresenta outros usos múltiplos importantes, tais como a psicultura, recreação, pesca esportiva e artesanal, área de conservação ambiental e o abastecimento de água nas cidades de Seropédica, Itaguaí e de bairros da zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo o biólogo Gustavo Henrique Soares Guedes, gestor da equipe de campo que realiza as atividade de biomonitoramento no reservatório, aspectos como distribuição, padrões populações, interações tróficas, relações espécie-ambiente vem sendo estudados com objetivo de gerar informações para que a operadora do sistema e financiadora do projeto, a LIGHT ENERGIA S.A, tome medidas adequadas de manejo e gestão ambiental no reservatório. Recentemente, e de forma inovadora no Brasil, um ROV (Remotely operated underwater vehicle), isto é, um veículo subaquático operado remotamente, popularmente conhecido como drone subaquático, vem sendo utilizado para observar aspectos comportamentos dos peixes no reservatório. Essa tecnologia inovadora permite a filmagem dos peixes e do ambiente até uma profundidade de 150 metros, uma profundidade extrema na qual até mesmo um mergulhador experiente não poderia alcançar.
Fonte: Biologos, Gustavo Henrique Soares Guedes, Magda Tubino e o Professor Francisco Gerson Araújo
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