Alunos da UFRRJ de Seropédica aperfeiçoam conhecimentos em parceria com a Embrapa

15 de agosto de 2015

Agricultores e estudantes do RJ aprendem a identificar inimigos naturais de pragas agrícolas

Cerca de 50 pessoas, entre alunos da Escolinha Agroecológica de Nova Iguaçu/RJ, agricultores fluminenses, funcionários da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) e alunos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), estiveram na Unidade para aprender a identificar inimigos naturais de pragas agrícolas, que fazem o chamado controle biológico na agricultura. O curso, ministrado pela pesquisadora Alessandra de Carvalho, foi realizado nos dias 4 e 11 de agosto, para duas turmas distintas.

“Às vezes, por falta de informação, os produtores se apavoram e acabam com insetos que, na verdade, contribuem para o equilíbrio biológico”, explica Mariella Rosa, coordenadora da Escolinha Agroecológica de Nova Iguaçu. Ela conta que é muito importante aprender a identificar as diferenças entre esses insetos e os que são predadores e diz estar satisfeita com a participação dos alunos. “O curso é interessante, prático e complementa bem o trabalho que estamos fazendo”, completa.

Este é o terceiro ano consecutivo que Alessandra ministra o curso, com o objetivo de capacitar técnicos, agricultores e produtores no reconhecimento de inimigos naturais. “Não adianta tentar estimular o controle biológico se os inimigos naturais são desconhecidos pelos agricultores; daí a necessidade dessa capacitação”, argumenta. A pesquisadora diz que a princípio se questionou se seria possível fazer um curso produtivo em um único dia, mas afirma que se surpreendeu positivamente com os resultados. “Os participantes saem daqui animados e compreendendo que não precisam usar inseticidas se souberem identificar, manter e controlar os inimigos naturais”, revela.

A economista Josefina Lopes, aluna da Escolinha e dona de um sítio em Miguel Pereira/RJ, ilustra bem a importância do curso para a concretização de um projeto que está desenvolvendo em sua cidade. Sua intenção é levar as crianças da rede de ensino municipal ao sítio nos finais de semana, de forma que estreitem o contato com a agricultura. “Foi muito importante participar dessa capacitação, porque vou poder passar esses conhecimentos para as crianças quando o projeto estiver pronto”, diz.

A iniciativa de Josefina vai ao encontro da expectativa da pesquisadora Alessandra, de formar multiplicadores do conhecimento repassado aqui. Durante a capacitação, os participantes receberam uma aula teórica sobre quais são os inimigos naturais de pragas, coletaram insetos no campo, fizeram a triagem desses insetos e, por fim, assistiram a mais uma aula teórica sobre como atrair e conservar esses agentes, priorizando o controle biológico conservativo.