O CAIC Paulo Dacorso Filho recebeu nesta segunda-feira (16), um dos grandes escritores de literatura Infanto-juvenil do Brasil, Júlio Emílio Braz.
Todos sabemos que o hábito da leitura é um grande estímulo à criatividade, imaginação, inteligência, e à capacidade verbal e de concentração das crianças. Sabemos também que os livros deveriam estar presentes no dia a dia das crianças, do mesmo modo que seus brinquedos. Os livros enriquecem a todos e nos leva a mergulhar em aventuras, histórias, e em riquíssimas informações.
Foi nesse pensamento que a professora, Valesca Romão, do 6 ano do CAIC Paulo Dacorso Filho, e a Diretora, Vânia Madeira Nunes Policarpo, resolveram convidar o Escritor Júlio Emílio Braz, para fazer uma palestra para os alunos. “Estimular crianças a tomar gosto pelos livros é uma missão importante de pais e educadores” Disse Valesca.
Os alunos ficaram encantados ao saberem que Júlio é um autodidata, e que sua carreira literária começou quando estava a ficar desempregado. Júlio falou que nasceu em Manhumirim, MG, começou a escrever pequenas histórias com 7 anos, e profissionalmente aos vinte e um anos. Segundo Júlio, sua paixão sempre foi história, apesar de não poder concluir o curso de História, e acabou formando-se em Contabilidade.
Ele contou a história da vida dele para que os alunos se identificassem, pois, o mesmo teve uma infância com bastante sacrifícios e foi através da leitura e escrita que ele pode dar a volta por cima. “Há uma diferença enorme na produção dos alunos que leem em relação aos que não costumam pegar em livros, os que leem têm uma bagagem maior, sabem reivindicar, argumentar com mais propriedade.” Destaca a Coordenadora de Educação Marcia Paiva.
O CAIC possui exemplares dos livros de Júlio, na biblioteca, e a professora iniciou o projeto de Leitura solicitando que os alunos escolhessem as obras do mesmo, fizessem a leitura e recontassem em sala. As obras do autor têm cunho social e abordam diferentes temas.
História do Escritor Júlio Emílio Braz
Júlio Emílio Braz iniciou sua carreira como escritor de roteiros para histórias em quadrinhos. É um dos autores emblemáticos da geração Spektro, da Editora Vecchi. Publicou em pequenas editoras brasileiras, depois suas HQs foram para Portugal, Bélgica, França, Cuba e EUA, tendo mais de cem títulos publicados. Com o mercado de quadrinhos em baixa no final dos anos 1990, Júlio Emílio, que já escrevia romances em formato de bolso, investiu na carreira de romances infanto-juvenis. Como resultado, em 1988 recebeu o Prêmio Jabuti pela publicação de seu primeiro livro do gênero: SAGUAIRU.
Júlio é autor de “Enquanto Houver Vida Viverei”, uma obra emblemática sobre Aids, livro que narra o drama de um jovem que adquire a síndrome devido a um acidente com sua moto, após receber uma transfusão de sangue. A história trata da reação da família, dos amigos, da namorada. As dificuldades, o preconceito e a disposição para enfrentar uma nova realidade.
Júlio Emílio nasceu em 16 de abril de 1959, na pequena cidade de Manhumirim, aos pés da Serra de Caparaó. Aos 5 anos mudou-se para o Rio de Janeiro. Ele se considera um autodidata por ter adquirido o hábito de leitura intensa aos 6 anos.
Em 1990, escreveu roteiros para o programa “Os Trapalhões”, da TV Globo, e algumas mininovelas para uma emissora de televisão do Paraguai. Em 1997, ganhou o Austrian Children Book Award, pela versão alemã do livro “Crianças na escuridão”, que lá recebeu o título de “Kinder im Dulkern” e o Blue Cobra Award, no Swiss Institute for Children’s Book.
Fotos: Márcio Morais e Márcia Paiva
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