A profissão de professor é uma das mais antigas que existe. Há 25 séculos, o filósofo grego Sócrates foi professor de Platão. Sócrates não ensinava numa escola, mas em locais públicos, como praças e ginásios. Ele conversava com as pessoas, fazendo perguntas e provocando seus discípulos, o que os obrigava a pensar.
Em 355 a.C., Aristóteles fundou uma escola próxima ao templo de Apolo Lício, de onde recebeu seu nome: Liceu. A escola se tornaria a rival e ao mesmo tempo a verdadeira herdeira da Academia platônica.
Nessa época, em famílias mais ricas, era comum pagar pessoas com mais conhecimentos para guiar as crianças nos estudos. Aristóteles, por exemplo, era mestre de Alexandre, o Grande, rei da Macedônia. O filósofo romano Sêneca também foi um mestre, convidado pelo imperador Cláudio para assumir a educação de seu filho Nero.
Leon Tolstoi, autor de “Guerra e Paz”, escreveu cartilhas de alfabetização para crianças e camponeses russos. Foi por causa de suas preocupações sociais que abriu, em 1859, uma escola em sua propriedade rural para os filhos dos servos. Além disso, produziu cartilhas de alfabetização que fizeram grande sucesso na Rússia.
No Brasil
Foi em 1549 que surgiu a primeira escola do Brasil, em Salvador, fundada por grupo de jesuítas. Foi este mesmo grupo que fundou também a segunda escola brasileira, em 1554, em São Paulo –a data marca também a fundação da cidade. Na cartilha do professor constava ensinar a ler, escrever, fazer cálculos de matemática e aprender a doutrina católica.
No colégio de São Paulo, Padre Anchieta ensinou latim aos índios, aprendeu tupi-guarani com eles e (seguindo a tradição missionária, que mandava assimilar e registrar os idiomas) escreveu a “Arte da Gramática da Língua Mais Falada na Costa do Brasil”, publicada em Coimbra em 1595.
Joaquim Manuel de Macedo, autor de “A Moreninha”, foi professor dos filhos de Pedro II. Uma curiosidade: Pedro II manifestou diversas vezes sua vontade de ser professor em vez de imperador. Macedo foi convidado a dar aulas aos filhos da Princesa Isabel. Cargo que ocuparia até a morte, seu magistério foi exercido sem muito empenho. Consta que, enquanto fingia prestar atenção à lição que um aluno expunha, Macedo cuidava de escrever ou rever trechos de seus romances.
Paulo Freire continua sendo uma inspiração para gerações de professores. Você sabia que ele ensinou 300 cortadores de cana a ler e a escrever em apenas 45 dias? Ele desenvolveu um método inovador de alfabetização, vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo João Goulart.
Atenção especial
E já havia, em épocas remotas, professores que se preocupavam em ensinar aqueles que precisavam de um pouco mais de atenção. Graham Bell, inventor do telefone, foi professor de escola de surdos-mudos. Em 1871, o pai de Bell foi convidado a treinar professores de uma escola de surdos em Boston, mas preferiu enviar o filho em seu lugar.
Bell foi para os EUA ensinar o método de pronúncia desenvolvido por seu pai. No ano seguinte, abriu sua própria escola para surdos e depois se tornou professor da Universidade de Boston. Nessa época, começou a se interessar por telegrafia e a estudar modos de usar a eletricidade para transmitir sons.
Benjamin Constant, um dos pioneiros das idéias republicanas no Brasil, deu aulas para cegos e consolidou o instituto que dava apoio aos deficientes visuais como escola. Não à toa, o primeiro educandário para cegos na América Latina leva seu nome.
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