A Coordenação de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Saúde e Defesa Civil de Seropédica reuniu nesta quinta-feira 30/10 profissionais de saúde e a equipe da Funasa (Mata Mosquito) para o 1º Treinamento para diagnóstico, tratamento da febre chikungunya, condutas caso de transmissão da doença e medidas preventivas no controle de vetores. Esta primeira aula foi ministrada pela coordenadora de Epidemiologia Irinéia Sant’Anna.
Na abertura do evento o Subsecretário de Saúde Wagner Teixeira disse que a população de Seropédica enfrenta um cenário de risco em relação ao vírus da febre chikungunya. “Essa talvez seja a nossa grande preocupação para 2015, uma vez que é uma doença transmitida pelos mosquitos que transmitem a dengue, e enfatizou que o nosso Município é cortado por duas Estradas Federais e uma Estadual onde veículos de outros estados circulam diariamente” destaca.
O Secretário de Saúde e Defesa Civil Marcus Baroni explicou que a chikungunya pode acarretar epidemia maior do que a do vírus da dengue. “É diferente da dengue [cuja] velocidade de transmissão, eventualmente, se consegue diminuir, Chikungunya tem uma capacidade de infectar mosquito muito maior do que o vírus da dengue”, disse.
A coordenadora de Epidemiologia Irinéia Sant’Anna disse que até o momento não foi identificada transmissão da chikungunya no território do Rio de Janeiro. Já foram anotados casos no Acre, na Bahia e em Minas Gerais. “No Rio de Janeiro todos os casos identificados até agora foram importados. Mas [o problema] vai se aproximando. Mosquitos [podem ser contaminados], vão infectar pessoas e o ciclo aí de inicia”, alertou.
De janeiro a outubro, a Superintendência Epidemiológica e Ambiental da SES anotou seis casos da doença no estado do Rio de Janeiro, todos diagnosticados em pessoas com registro de viagem internacional recente para países onde ocorre a transmissão.
Como medida preventiva, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro organizou esta semana cursos de capacitação de representantes da assistência e vigilância das secretarias municipais de saúde, que receberam informações sobre diagnóstico e tratamento de pacientes com a febre chikungunya. A partir do próximo mês, um outro treinamento itinerante será feito em todas as regiões fluminenses para fazer a capacitação de multiplicadores das informações diretamente nos municípios.
De acordo com a SES, o vírus que provoca a febre chikungunya é transmitido pela picada da fêmea de dois mosquitos, o Aedes aegypti, presente em áreas urbanas, e o Aedes albopictus, mais comum em áreas rurais. Este atua também como vetor da dengue e da febre amarela. Os sintomas surgem entre dois e 12 dias após a picada do mosquito contaminado com o vírus. O primeiro deles é uma febre repentina acima de 38,5 graus. A principal característica da doença é a forte dor nas articulações. Na fase mais aguda, durante a primeira semana, podem aparecer bolhas, descamação da pele, fadiga e, em alguns casos, conjuntivite. Ainda conforme a secretaria, os sinais e sintomas tendem a ser mais intensos em crianças (até 2 anos de idade), gestantes e idosos. Pessoas com doenças crônicas têm mais chance de desenvolver formas graves da doença.
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