A Normalização do estoque depende de repasse dos inseticidas pelo Ministério da Saúde
O Estado do Rio está com desabastecimento de inseticidas utilizados no controle de mosquitos Aedes Aegypti adultos, transmissores das doenças Zika, Chikungunya e Dengue. A normalização do estoque depende de repasse dos inseticidas pelo Ministério da Saúde (MS), que são comprados por meio de licitação internacional. As informações foram repassadas pelo superintendente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Mário Sérgio Ribeiro, durante audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizada nesta segunda-feira (10).
O superintendente da SES informou que o MS ainda não deu uma previsão para o reabastecimento de inseticidas. “A ideia do Ministério era revalidar os 300 mil litros de inseticida vencidos disponíveis, mas a medida não foi aprovada tecnicamente. Não houve uma compra excessiva dos produtos. O problema aconteceu porque os inseticidas disponibilizados tinham problemas de formulação e estavam entupindo os equipamentos. Até ser possível a adaptação, houve acúmulo de inseticidas. Nossa expectativa é que os números de casos diminuam com a chegada do inverno para não termos que depender tanto dos inseticidas”, explicou Mário Sérgio.
Números – Durante a audiência, Mário Sergio também apresentou dados atualizados das arboviroses. Segundo levantamento da SES, entre janeiro e quatro de junho deste ano, já houve 41.888 casos de chikungunya, 20.622 casos de dengue e 1.005 pessoas infectadas por Zika. Ao todo, 13 pessoas morreram, todas ocasionadas por chikungunya, sendo dez casos no município do Rio. O superintendente também declarou que o Governo do Estado fez ações em 44 municípios entre janeiro e fevereiro deste ano e capacitou 2.722 profissionais este ano, sendo 870 médicos.
A presidente da comissão, deputada Martha Rocha (PDT), declarou estar preocupada com a situação. “Temos um diagnóstico alarmante. Já foram 13 mortes por chikungunya este ano, sendo que os especialistas ainda afirmam que a doença não é totalmente conhecida. Também há constantes falhas no diagnóstico e agora a notícia do desabastecimento de inseticidas. Vejo dias muito difíceis no setor de saúde estadual”, lamentou a parlamentar.
Melhorias no combate – A audiência foi pedida pelo deputado Márcio Gualberto (PSL), que é membro suplente da comissão. O parlamentar afirmou ser necessária uma melhor campanha de conscientização da população. “É preciso mudar a cultura para que a população faça a prevenção contra o mosquito dentro de casa, não deixando água parada, entre outras ações. Também acho que deva ter uma maior integração entre os poderes públicos municipais, estadual e federal para superarmos as epidemias”, disse Gualberto.
A representante do Conselho das Secretarias Municipais do Estado do Rio, Aparecida Barbosa da Silva, relatou que há uma falta de planejamento para prevenção dessas viroses. O principal motivo seria as inúmeras mudanças de secretários municipais de saúde. Entre 2017 e este ano houve 124 mudanças nas secretarias dos 92 municípios do Estado do Rio. “Também há a dificuldade de contratação de agentes de saúde, falta de comunicação com a população e problemas intersetoriais, como as coletas de lixo”, completou Aparecida.
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