De acordo com delação de executivo, empreiteira usava codinomes para identificar senadores e deputados federais antes de realizar pagamentos
O ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Mello Filho, revelou, em delação premiada, que realizava pagamentos em dinheiro para uma série de políticos. De acordo com o site de notícias “BuzzFeed”, a empreiteira usava diversos apelidos para identificar senadores, deputados federais e outras autoridades, no momento de realizar os pagamentos.
Segundo o depoimento de Mello Filho, a Odebrecht realizava pagamentos para o senador Romero Jucá (PMDB-RR), apelidado de “Caju”, que teria recebido R$ 22 milhões para ele e os senadores, Renan Calheiros (PMDB-AL), conhecido como “Justiça”, e Eunício Oliveira (PMDB-CE), o “Índio”. A lista também apresenta o nome do ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Citado como “Babel”, ele teria recebido R$ 1,5 milhão da empreiteira.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), aparece na delação como “Primo” e teria centralizado as arrecadações para o presidente Michel Temer durante a campanha presidencial de 2014. O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é apresentado na lista como “Caranguejo. De acordo com Mello Filho, a empresa aprovou pagamentos de R$ 7 milhões para o ex-deputado.
Conheça os nomes citados na lista da Odebrecht e os valores que teriam sido repassados, de acordo com o site “BuzzFeed”:
1. Michel Temer – R$ 10 milhões
2. “Caju”: senador Romero Jucá (PMDB-RR), senador – R$ 22 milhões para campanhas
3. “Justiça”: Renan Calheiros (PMDB-AL), senador – teria se beneficiado por parte dos R$ 22 milhões
4. “Índio”: Eunício Oliveira (PMDB-CE), senador – também teria se beneficiado com o valor
5. “Primo”: Eliseu Padilha (PMDB-RS), ministro – teria centralizado arrecadações para Temer
6. “Las Vegas”: Anderson Dornelles (ex-assessor de Dilma) – R$ 350 mil
7. “Angorá”: Moreira Franco, secretário – recursos para Temer
8. “Caranguejo”: Eduardo Cunha (ex-deputado) – R$ 7 milhões
9. “Cerrado/Piqui”: Ciro Nogueira (PP-PI), senador – R$ 5 milhões para campanhas do PP
10. “Polo”: Jaques Wagner (ex-ministro) – R$9,5 milhões
11. “Gremista”: Marco Maia (PT-RS), deputado – R$ 1,3 milhão
12. “Babel”: Geddel Vieira Lima (ex-ministro) – R$ 1,5 milhão
13. “Bitelo”: Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), deputado – R$ 1,5 milhão
14. “Campari”: Gim Argello (ex-senador) – R$ 1,5 milhão
15. “Gripado”: José Agripino (DEM-RN), senador – R$ 1 milhão solicitado por Aécio Neves
16. “Botafogo”: Rodrigo Maia (DEM-RJ), deputado – R$ 100 mil
17. “Misericórdia”: Antônio Brito (PSD-BA), deputado – R$ 430 mil
18. “Ferrari”: Delcídio do Amaral (ex-senador) – R$ 550 mil
19. “Corredor”: Duarte Nogueira (PSDB), prefeito de Ribeirão Preto – R$ 600 mil
20. “Todo Feio”: Inaldo Leitão (PP-PB) – R$ 100 mil
21. “Jovem”: Adolfo Viana (PMDB-BA), deputado estadual – R$ 50 mil
22. “Feia”: Lídice da Mata (PSB-BA), senadora – R$ 200 mil
23. “Comuna”: Daniel Almeida (PCdoB-BA), deputado R$ 100 mil
24. “Goleiro”: Paulo Magalhães Júnior – R$ 50 mil
25. “Diplomata”: Hugo Napoleão – R$ 100 mil
26. “Moleza”: Jutahy Magalhães – R$ 350 mil
27. “Velhinho”: Francisco Dornelles (PP), vice-governador do Rio de Janeiro – R$ 200 mil
28. Carlinhos Almeida – R$ 50 mil
29. João Almeida – R$ 500 mil
30. Rui Costa (PT), governador da Bahia – R$ 10 milhões
31. Paulo Skaf (PMDB), presidente da FIESP – teria se beneficiado com R$ 6 milhões da verba acertada com Temer.
Fonte: Último Segundo – iG
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