Vaticano intervém na Associação Internacional dos Arautos do Evangelho
29 de setembro de 2019

Pouco mais de dois anos após determinar que a administração da Associação Internacional dos Arautos do Evangelho, bem com o “estilo de vida” dos membros do conselho da ordem apostólica, fossem minuciosamente analisados, o Vaticano decidiu nomear um interventor para “guiar” as ações da associação.

A intervenção foi decidida pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, e aprovada pelo papa Francisco.

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Papa Francisco na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Papa Francisco aprovou intervenção na Associação Internacional dos Arautos do Evangelho  (Arquivo/Alessandro Bianchi/Reuters/Direitos reservados

Segundo o portal de notícias do Vaticano, todas as ações desenvolvidas pelos Arautos do Evangelho passarão a ser “guiadas” pelo cardeal brasileiro Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida que, na última quinta-feira (26), foi recebido em audiência pelo papa, no Vaticano.

Ainda de acordo com o portal Vatican News, “a decisão da Santa Sé não deve ser considerada como uma punição, mas sim como uma iniciativa destinada ao bem das instituições comissionadas para procurar resolver os problemas existentes” – uma alusão às justificativas apresentadas pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica em junho de 2017 visando justificar uma “visita apostólica” à associação a fim de analisar “o estilo de governo, a vida dos membros do conselho da ordem, a pastoral vocacional, a formação de novas vocações, a administração, a gestão das obras e a captação de recursos”.

TFP

Fundada em 1999 pelo monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, um ex-membro da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), a associação Arautos do Evangelho foi reconhecida pelo papa João Paulo II em 2001.

De orientação tradicionalista católica, a entidade afirma estar presente em mais de 70 países onde seus membros podem ser identificados pelo uso de um hábito marrom e branco, com uma grande cruz no peito, parecida com a de cavaleiros medievais.

Em junho de 2017, logo após o Vaticano instaurar a investigação para apurar denúncias da suposta prática de exorcismos e de cultos a pessoas não reconhecidas pela igreja católica, o monsenhor Clá Dias decidiu renunciar ao cargo de Superior-Geral da Sociedade Clerical de Vida Apostólica.

A reportagem tentou contatar representantes da associação Arautos do Evangelho por meio dos telefones informados no site da entidade, mas não foi atendida.

Fonte: Agência Brasil