A iniciativa prevê ampliar as possibilidades de lazer para a comunidade acadêmica, os moradores do município e da Baixada Fluminense
O câmpus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica, lançou, no final de novembro, o primeiro circuito de turismo equestre dentro de uma universidade no Brasil. A Escola de Turismo Equestre foi institucionalizada como forma de aproximar os alunos e a comunidade de cavalos, a partir da experiência de montaria.
O projeto faz parte de uma iniciativa maior, o Circuito de Turismo Universitário na Rural, concebido pelo curso de Turismo, que é ofertado no Instituto Multidisciplinar (IM), em Nova Iguaçu. Para o coordenador do projeto, professor William Domingues, o câmpus de Seropédica se destaca como um grande museu a céu aberto, um espaço com potencial histórico-cultural, natural e pedagógico.
– Essa grande fazenda de aproximadamente 4 mil hectares é dotada de coleções, museus, jardins, lagos e criações, além de uma arquitetura neocolonial de grande relevância. Nosso objetivo é possibilitar que, a partir do turismo equestre, as pessoas conheçam as trilhas históricas, jardins, criações e coleções, tudo isso passeando a cavalo ou de charrete – explicou o professor, que atua na UFRRJ desde 2009.
O curso é estruturado em quatro etapas. Inicialmente, os participantes são apresentados aos cavalos, aprendem a amarrá-los e a interagir com os animais de forma segura. Depois, fazem atividades na pista de equoterapia, onde praticam técnicas de equilíbrio e guiamento. Na terceira etapa, embarcam em passeios de charrete para explorar pontos históricos e naturais do câmpus, como o Jardim Botânico, o Museu de Zoologia e os lagos. A última etapa é uma cavalgada guiada pelas trilhas do câmpus, com cada participante montando seu próprio cavalo, sempre sob supervisão de instrutores.
Os participantes recebem equipamentos de proteção, como capacetes, e são orientados por uma equipe interdisciplinar formada por veterinários, zootecnistas e psicólogos. Parcerias internas, com o Hotel Escola e os setores de matrizes e garanhões, garantem suporte ao projeto.
Desde sua inauguração, o curso tem despertado grande interesse. Cerca de 90 pessoas se inscreveram na primeira turma, muitas delas estudantes da UFRRJ, mas também moradores da Baixada Fluminense e de Seropédica. Para Domingues, o projeto não só fortalece o vínculo da comunidade acadêmica com a universidade, como também oferece uma experiência única para os participantes.
– A Universidade Rural tem aproximadamente 30 coleções e muitos locais interessantes para serem visitados. A partir desse projeto, conseguimos gerar um sentimento de pertencimento nos alunos e promover o lazer de maneira planejada. Além disso, possibilitamos um contato mais próximo com os animais e com a natureza – observou o docente.
Com a alta visibilidade do projeto, a expectativa é consolidar o turismo equestre como prática permanente.
– Queremos transformar a Rural em uma pequena cidade turístico-universitária. Ela tem um potencial que se assemelha a locais como a Quinta da Boa Vista, no Rio, ou até o Palácio de Versalhes, na França. Planejamos expandir a infraestrutura, como adquirir mais cavalos e equipamentos, para oferecer uma experiência ainda melhor – ressaltou Domingues.
De olho na oportunidade
Após a inauguração, a expectativa agora é transformar a visibilidade que o projeto está recebendo com as novas turmas para o circuito do turismo equestre. A próxima atividade do curso, marcado para o dia 21 de março, em 2025, já teve suas inscrições encerradas devido à alta procura. As novas datas ainda serão anunciadas.
Os alunos da UFRRJ que tiverem interesse em participar não pagam. Para fazer o curso de maneira gratuita, basta anexar o comprovante de matrícula e vínculo com a universidade na inscrição.
Para aqueles que não estudam na Rural, o valor para se inscrever é R$ 100,00. Pelas vagas serem limitadas, após o período para se matricular no curso, será enviado um e-mail de confirmação para os participantes.
Pessoas interessadas devem se inscrever pelo Linktree do projeto e acompanhar novidades na página oficial do Instagram.
Texto: Caio Oliveira e Pedro Florêncio (estudantes de Jornalismo sob supervisão da professora Cristiane Venancio)
Fotos: Divulgação/Instagram
Professora adjunta do curso de Comunicação Social / Jornalismo da UFRRJ há 13 anos. Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho (Portugal) e mestre em Estratégia e Gestão pela UFRRJ. Foi repórter e editora da agência O Globo e do jornal Extra.
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