Unidade será batizada com o nome da engenheira agrônoma Johanna Döbereiner, a sétima cientista brasileira mais citada pela comunidade científica mundial
A Embrapa Agrobiologia, em Seropédica, vai abrigar, a partir da quarta-feira (10), o Centro de Recursos Biológicos Johanna Döbereiner (CRB-JD). A solenidade de inauguração do prédio, que recebeu o nome do pesquisador aposentado da Embrapa, Avílio Franco, contará com a presença do diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Ladislau Martim Neto. Também são esperados para a cerimônia, que acontecerá a partir das 14h, representantes da Finep, da Faperj, da Pesagro-Rio, da Emater-Riio, da UFRuralRJ, da Uenf, da Embrapa Solos e da Embrapa Agroindústria de Alimentos, entre outras instituições parceiras.
De acordo com a chefia da Embrapa Agrobiologia e com a coordenação do CRB-JD, a expectativa é de que, com a nova infraestrutura, seja possível avançar na conservação dos microrganismos e, principalmente, realizar pesquisas e negócios com o setor produtivo. As pesquisas deverão envolver prospecção de microrganismos e moléculas com potencial biotecnológico para a agricultura, desenvolvimento de bioprocessos, como novas formulações, e estudos de taxonomia microbiana.
Pesquisador e curador do CRB-JD, o professor Jerri Zilli explica que na área de prestação de serviços vislumbra-se o treinamento de alunos e de profissionais de indústrias na produção de inoculantes, bioprocessos, conservação e caracterização microbiana. “Além disso, a ideia é oferecer análises de qualidade de inoculantes, seguindo as normas do Mapa, e a produção de inoculantes para a pesquisa, para a difusão de tecnologias e, eventualmente, para o atendimento a pequenas demandas de produtores”, enfatizou.
O CRB-JD foi criado a partir da junção das estruturas das coleções de culturas da Embrapa Agrobiologia, que se iniciou na década de 1950, e do laboratório de bioprocessos e análise de qualidade de inoculantes. Ele faz parte da Rede de Centros de Recursos Biológicos Brasileira e, mais especificamente, está inserido no CRB-Agronegócio, cuja estruturação global é responsabilidade da Embrapa. Atualmente, o CRB-JD conserva mais de 3 mil microrganismos, além de disponibilizar para projetos de pesquisa e difusão de tecnologia mais de 300 microrganismos e mais de mil doses de inoculantes anualmente. Além disso, foi estruturado um banco de DNA microbiano, que vem sendo utilizado para estudos sem que haja a necessidade de cultivos, encurtando o tempo das pesquisas e garantindo material de qualidade.
Chefe da Embrapa Agrobiologia, Gustavo Xavier informa que com a estruturação do CRB-JD vislumbra-se o preenchimento de lacunas, seja na pesquisa ou no desenvolvimento tecnológico de novos bioinsumos para uso na agricultura, contribuindo com os avanços de bioeconomia no país. “O principal diferencial será a aproximação com o setor produtivo, buscando a troca de conhecimento e experiência na solução de problemas da agricultura nacional e a aproximação das parcerias público-privadas”, aponta.
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