Muitos alimentos fazem mal para quem tem ácido úrico elevado, como frutos do mar, peixes gordos e embutidos; veja 8 itens que ajudam a eliminar o problema
Algumas pessoas sofrem com o excesso de ácido úrico no organismo. Quando os níveis não estão equilibrados, seja por causa de algum problema de saúde ou por medicamentos, pode acontecer infarto, AVC, cálculo renal ou gota, que nada mais é do que o ácido acumulado nas articulações e calcificado no local. Essa calcificação causa dor e, em muitos casos, é necessário fazer cirurgia, já que os movimentos das articulações ficam restritos. Quem tem predisposição a ter ácido úrico alto precisa tomar cuidado com alguns alimentos e também inserir bons itens na dieta.
Beber bastante água ajuda a eliminar o ácido úrico do organismo, segundo a nutricionista. “O que pode acontecer é o organismo produzir mais ácido úrico por causa de algum problema – que deve ser investigado por um médico –, mas também a pessoa estar eliminando menos pela urina, por não beber tanta água”, recomenda.
Além de se hidratar bem, aliar a alimentação na luta contra o excesso do ácido úrico é uma boa estratégia. Karla explica que alguns alimentos que são alcalinizantes e que ajudam no processo de eliminação desse ácido.
8 alimentos bons para controlar ácido úrico e procure inseri-los na dieta:
Alcachofra – Considerada uma das melhores verduras que age na eliminação de toxinas, as alcachofras são altamente diuréticas e evitam a retenção de líquido. Rica em minerais, vitaminas e antioxidantes, elas também possuem fibras, proteínas e ácidos graxos, que são utilizados como fontes de energia para o corpo.
Para consumir, basta fervê-las e servi-las temperadas com azeite de oliva e vinagre de maçã. O caldo também é benéfico à saúde e pode ser tomado à vontade.
Cenoura – Mais uma verdura que não pode faltar na dieta de quem precisa mandar embora o ácido do organismo. As cenouras têm efeito alcalinizante, o que significa que ajuda a retirar purinas e cristais das articulações.
Na hora de comer, ela é bem-vinda seja na refeição – crua ou cozida – ou até mesmo em sucos – combinando com outros ingredientes como beterraba ou laranja, por exemplo.
Café – Ainda existem alguns estudos que tentam associar qual substância é responsável por eliminar esse tipo de ácido no corpo. O que se sabe, é que quem toma café tem menor índice de ácido no corpo, mas ainda não se tem um resultado consistente sobre o que, de fato, causa esse efeito.
Porém, pessoas que têm restrições ao consumo de café ou cafeína, devem continuar evitando a bebida.
Cebola – Assim como muitos dos alimentos já citados, a cebola também age como depuradoras no organismo. Elas diminuem a hiperuricemia e baixa os triglicerídeos.
Para consumir, o ideal é fervê-la até que fique macia, separar a água que sobrar e despejar em um recipiente com suco de um limão e tomar duas xícaras desse líquido por dia.
Alho – Assim como a cebola, o alho tem poder de reduzir o colesterol, a pressão arterial e as taxas de ácido úrico.
O indicado é amassar dois dentes de alho e colocar em um copo de água por cerca de 6 horas. Depois desse período, é só coar e tomar a mistura ao menos três vezes ao dia.
Sementes de abóbora – A abóbora é um dos vegetais mais diuréticos que existe e, por meio da produção de urina, ajuda a eliminar os níveis de ácido. Os modos de comer são variados – cozida ou assada são os mais indicados. Mas o mais importante é não descartar as sementes, que são ainda mais poderosas neste tratamento.
Como o ácido úrico age no organismo?
Esse ácido é uma substância naturalmente produzida pelo organismo, sendo o resultado da quebra de moléculas de purina, uma proteína presente em muitos alimentos, como os embutidos, feijão e carnes citados acima.
Ao serem ingeridas, as purinas são utilizadas e degradadas, transformando-se em ácido úrico. Ainda no corpo, maioria é eliminada pelos rins. No entanto, por algum erro metabólico, essa substância pode acabar retida no sangue, e, dependendo da quantidade, causar problemas sérios à saúde.
Seja porque o consumo de alimentos abundantes de purina aumentou, o corpo está eliminando pouco ácido pela urina, interferência pelo uso de algum tipo de medicamento ou vitamina, ou até mesmo por condições médicas – como hipotireoidismo ou obesidade-, os níveis do ácido podem se elevar, resultando em hiperuricemia , que acontece quando cristais de urato de sódio vão se formando e instalando em vários locais, principalmente nas articulações e rins.
Como saber se seu corpo está com níveis elevados da substância?
Na maioria dos casos, por conta da hiperuricemia, que tem como consequência a aglutinação dos cristais formados nas articulações, essas regiões podem ficar doloridas, inchadas, com aspecto vermelho e apresentar dificuldades de movimentação. Essas características acontecem, geralmente, nos dedos das mãos e nos membros inferiores, como joelhos, tornozelos, calcanhares e dedos do pé. Em casos mais complicados, essas alterações podem resultar em uma doença conhecida como gota úrica .
- Gota: nem todo mundo que tem hiperuricemia vai ter gota. Mas, é preciso saber que essa doença é uma possibilidade, principalmente em pessoas com níveis mais elevados do ácido, geralmente superior a 10 miligramas por decilitro (mg/dL). A enfermidade ocorre em reação ao acumulo de cristais nas articulações, e acaba provocando dor extrema, inflamação, febre e descamação da pele ao redor das juntas.
Outras complicações conhecidas por ocorrerem graças as taxas altas de ácido são a insuficiência renal aguda ou crônica e cálculos renais . Nesses casos, dificuldade para urinar e dor intensa no “fundo” das costas podem ser sinais importantes.
- Cálculo renal: conhecida também por “pedra nos rins”, como o nome já diz, formam-se pedras, a partir dos cristais de sódio, que podem se deslocar até a uretra, canal por onde sai urina. Além de provocar imensa dor ao urinar, pode causar sangramento, dor intensa no abdômen, flanco e região da virilha, febre, náuseas e vômitos. Embora a maioria dos pacientes com gota apresente essa outra enfermidade, não significa que pessoas que não desenvolveram gota estão imunes.
- Falência renal: Uma das consequências mais graves associadas aos níveis de ácido no organismo. Entre os sintomas, falta de ar, diminuição na micção, inchaço nos membros, confusão, fadiga, dor no peito e sonolência são os mais comuns.
De acordo com o Instituto do Coração de São Paulo, pesquisas feitas pelo hospital apontaram que níveis elevados de ácido úrico no sangue também podem influenciar nas chances de se desenvolver acidentes cardiovasculares.
Portanto, ao perceber essas alterações no organismo, é recomendável que se procure a ajuda médica o quanto antes, em centros hospitalares, como o Hospital Sírio-Libanes , referência nesse tipo de tratamento e unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
Diagnóstico
Mesmo com todas essas características capazes de indicar problemas sérios relacionados ao alto índice de ácido úrico no sangue, em entrevista com o urologista João Afif Abdo, o especialista explica que, por se tratar de um distúrbio químico, a hiperuricemia pode, muitas vezes, não apresentar sinais específicos de que os níveis estão elevados.
“Geralmente o paciente fica sabendo que precisa controlar as taxas desse ácido por meio de exames rotineiros, como hemograma, que serve para analisar níveis de glicemia, diabetes, colesterol e triglicérides, por exemplo”, explica o especialista.
Abdo também conta que casos de pacientes com hiperuricemia em consultórios urológicos correspondem a cerca de um quarto dos atendimentos. “Os cálculos renais, que provocam as cólicas renais, são comuns e podem ter duas causas: excesso de cálcio ou ácido úrico. Esse último representa 25% dos problemas pelos quais pacientes procuram um urologista”, afirma ele.
Pacientes com suspeita de gota, frequentemente buscam os reumatologistas e, em outros casos, os ortopedistas também acabam auxiliando no tratamento de hiperuricemia.
Em geral, nessas situações, seja qual for o médico, são solicitados exames de sangue e urina. No sangue, o ideal é que a média do ácido úrico esteja entre 2,5 a 3 mg/dL para estar saudável. “Depende de pessoa para pessoa. Alguns ultrapassam essa média, mas o mais importante é não estar acima de 7 mg/dL”.
Por ser um distúrbio químico, a hiperuricemia não tem uma cura efetiva. “É preciso um controle constante. Em alguns casos, o paciente vai precisa utilizar medicamentos, geralmente à base de alopurinol, combinado a uma dieta balanceada. Outras pessoas podem conseguir controlar essa alteração apenas com uma alimentação adequada, evitando, principalmente, alimentos de origem animal”, finaliza Abdo.
Outros tratamentos e modos de prevenção
Além dos alimentos já citados, quem tem esse distúrbio metabólico pode seguir algumas outras recomendações que podem ser úteis para eliminação dessa substância do corpo.
O estresse físico deve ser evitado, anti-inflamatórios e diuréticos também não ajudam na remoção do ácido. Beber bastante água é fundamental para auxiliar na evasão da substância pelos rins.
De uma maneira geral, o mais indicado para o tratamento no controle do índice de ácido úrico é preferir alimentos menos industrializados, seguir uma dieta balanceada e saudável, rica em leite e derivados, frutas e verduras e esquecer o consumo de bebidas alcoólicas – incluindo a cerveja, que é rica em purina.
Fonte: Saúde IG
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