Casos ocorreram na Zona Norte. Ao todo, 129 policiais militares foram assassinados no estado em 2017
violência contra policiais militares assusta: em 12 horas, dois PMs foram assassinados no estado do Rio. O caso mais recente ocorreu na Avenida dos Democráticos, em Higienópolis, na Zona Norte, na madrugada desta segunda-feira. O 2ª sargento Fabio Alexandre Eufrásio Silva, 45 anos, foi atingido por quatro tiros, pelo menos um deles de fuzil, enquanto fazia uma blitz na via. Os disparos o atingiram no rosto, tórax, braço esquerdo e perna direita. Ele foi o 129º policial militar morto no estado em 2017.
Eram pelo menos quatro bandidos dentro do veículo, um Chevrolet Cobalt prata. O PM, que era lotado no 22º BPM (Maré), participava de uma blitz junto com outro policial. Uma testemunha do crime prestou depoimento na 21ª DP (Bonsucesso) e disse que dois dos criminosos já estavam rendidos no chão, quando Eufrásio se aproximou do carro e ordenou que os outros desembarcassem. Eles saíram do veículo atirando contra o militar.
O motorista que presenciou o crime narrou que havia um caminhão atrás do carro dos bandidos e ele vinha em seguida. Quando ocorreram os disparos ele e o caminhoneiro deram marcha a ré em fuga.
O policial que estava com o 2º sargento Eufrásio chegou à delegacia em um táxi e em estado de choque. Os agentes da 21ª DP seguiram para o local do crime e socorreram o PM. O Hospital Geral de Bonsucesso disse que a vítima deu entrada às 4h55, mas já chegou morta a unidade. Além da testemunha ocular do crime, o policial que acompanhava Eufrásio também foi ouvido por policias civis da Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Capital).
Por causa da morte do policial, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) realiza uma operação no Jacarezinho, comunidade que fica perto do local do crime, na manhã desta segunda, e muitos tiros são ouvidos na favela.
O fuzil do PM que tinha sido levado foi entregue na sede da UPP Manguinhos, onde o Batalhão de Choque (BPChq) atua na favela do Mandela. Os policiais do Choque também estão na Favela do Arará, em Benfica.
O carro dos bandidos, que tem placa de São Gonçalo, foi abandonado entre as avenidas dos Democráticos e Dom Hélder Câmara. O veículo tinha marcas de sangue e pelo menos oito disparos em sua lataria. Ele consta como roubado no sistema da Polícia Civil, com registro de ocorrência feito na 21ª DP.
Poucos antes das 9h, um blindado aguardava autorização para entrar com 18 homens no Jacaré, mas o Comando de Policiamento de Área (CPA) não autorizou. Bandidos atiraram de dentro da favela contra os policiais que estavam na entrada da favela.
“Morre um policial e por conta de politicagem temos que ficar expostos aqui na entrada da comunidade e ninguém faz nada. O comandante (do 22º BPM) mandou virmos para cá e estamos parados aqui”, disse um policial, que era amigo de Eufrásio.
“Executaram meu colega. Um outro policial chegou a trocar tiros com os bandidos e está no HGB (Hospital de Bonsucesso) em estado de choque”, contou o PM, que trabalhava com o policial morto há mais de 18 anos.
Até as 9h a Polícia Civil ainda não havia enviado uma equipe para a cena do crime nem para onde o veículo dos bandidos foi encontrado, mesmo com a Cidade da Polícia a poucos metros do local. Os peritos chegaram para começar os trabalhos às 10h05. O caso está sendo investigado pela DH-Capital. Agentes estão diligenciando a fim de identificar os autores do crime.
O segundo sargento Eufrásio tinha 18 anos de Polícia Militar, deixa esposa e seis filhos. Ele é o 129º policial militar morto em 2017, o 27º morto em serviço. Ainda não há informações sobre o seu enterro.
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