No domingo (5), Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar um bolo que resultou na morte de três pessoas em Torres, foi presa e está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres, no Rio Grande do Sul. Ela é investigada por triplo homicídio duplamente qualificado e três tentativas de homicídio. A defesa afirmou que ainda não teve acesso integral ao inquérito e se manifestará oportunamente.
As vítimas do envenenamento foram as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, além da filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos. Deise é casada há cerca de 20 anos com o filho de Zeli dos Anjos, que preparou o bolo envenenado. Segundo familiares, a relação entre Deise e a sogra era conturbada desde o início.
O delegado Marcus Vinícius Veloso declarou que as provas contra Deise são “robustas” e indicam que ela cometeu o crime de forma intencional.
A polícia está investigando como o arsênio foi adquirido, o momento em que foi colocado no bolo e quem seria o alvo principal. Informações revelam que Deise realizou buscas na internet sobre o veneno antes do crime.
Sete pessoas da mesma família consumiram o bolo durante um café da tarde em Torres. Apenas uma pessoa não o comeu. As vítimas apresentaram sintomas graves pouco depois de ingerir o alimento, enquanto Zeli, que também comeu, sobreviveu após tratamento hospitalar. A maior concentração do veneno foi encontrada no sangue de Zeli.
As mortes ocorreram em poucas horas e foram atribuídas a “choque pós-intoxicação alimentar”, segundo o hospital. O arsênio, usado no crime, é um composto altamente tóxico e proibido como raticida no Brasil, mas ainda possui uso restrito em tratamentos oncológicos. O elemento é conhecido por não ter cheiro ou sabor, dificultando sua detecção.
Especialistas como André Valle de Bairros, da UFSM, explicam que o arsênio é letal em doses acima de 100 mg para adultos e geralmente se apresenta na forma de pó. Ele destacou que, embora o arsênio seja encontrado em ambientes naturais e alimentos, a intoxicação ocorre somente em concentrações elevadas, como as verificadas nesse caso.
Os corpos das vítimas foram encaminhados para necropsia no Instituto-Geral de Perícias (IGP), e os resultados devem ser divulgados nesta semana.
Por: DCM
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