Projeto da CI-Brasil e Comitê Guandu aponta baixa qualidade na água que abastece boa parte do Rio
Resultados mostram que a qualidade e a capacidade de fornecer água para o consumo humano é muito ruim. Além de trazer informações sobre a qualidade e a disponibilidade da água que abastece o Rio e a região metropolitana, evento marcará lançamento do aplicativo Índice de Saúde da Água.
Após um ano de estudos e diagnósticos, A CI – Brasil e o Comitê Guandu-RJ vão apresentar à sociedade os resultados do projeto Índice de Saúde da Água (ISA). Financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o projeto levantou as informações quali-quantitativas da bacia do Guandu-RJ, responsável pelo abastecimento de cerca de 12 milhões de pessoas na região metropolitana do Rio. Os dados serão divulgados nesta sexta-feira, dia 26, às 9 horas, no auditório da FIRJAN, no Centro. O objetivo é dar ciência aos órgãos públicos, ONGs, instituições privadas e a população sobre a qualidade da água e compilar dados que auxiliem a tomada de decisão sobre a Bacia do Guandu-RJ.
Com apoio técnico do Comitê Guandu-RJ e dados reunidos em diferentes bancos e fontes, que vão das governamentais (INEA, ANA, prefeituras) às pesquisas acadêmicas, o projeto contou ainda com a participação da AGEVAP, Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, e do Centro Del Agua para América Latina e Caribe – Núcleo Estratégico de Decisiones (CDA-NED), que integrou aos estudos às bacias hidrográficas de Bogotá na Colômbia e Alto Mayo no Peru. Especialistas do Brasil e da América Latina participaram da construção do estudo.
Para alcançar os objetivos, o ISA foi desenvolvido em três eixos: Vitalidade do Ecossistema, Serviços Ecossistêmicos e Governança das Águas. O primeiro eixo apresentará dados importantes como a qualidade da água, modificação das margens, e outras informações dos biomas que afetam direta e indiretamente os recursos hídricos. O subindicador qualidade da água refere-se às concentrações dos parâmetros de qualidade da água selecionados em comparação com os limiares necessários para manter os ecossistemas aquáticos biodiversos. Só para se ter uma ideia, o valor aferido na bacia que abastece boa parte do Rio foi de 30, numa escala de 0-100, externando um estado muito crítico.
Já os serviços ecossistêmicos trazem informações como a regulação da qualidade da água – referente à capacidade do ecossistema de moderar as concentrações em relação aos padrões de potabilidade para uso humano, e regulação das inundações. No primeiro subindicador, o score da bacia foi de apenas 10 pontos, considerando uma escala de 0-100, indicando uma baixíssima capacidade de fornecer água de qualidade para o consumo humano.
Nos índices de Governanças de Águas serão apresentados dados sobre os instrumentos e a participação das partes interessadas na gestão da Bacia, como o monitoramento e estrutura para manejo. Todos os resultados, divididos em eixos, indicadores e subindicadores, serão apresentados nesta sexta. “O ISA é uma ferramenta fundamental para o Comitê Guandu e outros órgãos que tem responsabilidade sobre os recursos hídricos. Um instrumento de planejamento e gestão. Juntamente com o Plano Estratégico de Recursos Hídricos, atualizado e revisado, o Comitê terá em suas mãos documentos norteadores com visão técnica, participativa e de gestão para que as tomadas de decisões sejam feitas de forma a gerar os melhores resultados para a população”, explicou Daiana Gelelete, Engenheira Ambiental e Especialista em Recursos Hídricos da AGEVAP, secretaria técnica e executiva do Comitê.
Além do estudo técnico o trabalho contou com participação social. Durante sua elaboração, foram realizados encontros ampliados onde a sociedade pôde ter acesso aos resultados parciais, debate-los e propor novos estudos.
Os resultados foram compilados em um aplicativo, disponível neste primeiro momento para desktop, que irá permitir o acesso às várias informações levantadas pelo projeto. O aplicativo Índice de Saúde da Água será lançado durante a apresentação, quando a sociedade poderá conhecer sua funcionalidade e aplicabilidade.
Fonte: Comitê Guandu
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