Prisões e apreensões batem recorde nas fronteiras brasileiras
9 de março de 2018

PRF deteve 38.339 criminosos e recolheu 2.089 armas pesadas em 2017

BRASÍLIA — Com o aumento da fiscalização nas fronteiras terrestres do Brasil, o número de prisões e apreensões ao longo dos seus 17 mil quilômetros registrou recordes em 2017. Um total de 38.339 prisões foram realizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), 6.603 a mais do que no ano anterior — a maioria por tráfico de drogas e contrabando. Mais de 2 mil armas de grosso calibre também foram apreendidas em 2017, volume 25% maior que em 2016. Os principais destino dessas armas e drogas são as facções que atuam no Rio de Janeiro e em São Paulo, revelam investigações policiais locais. Os itens são redistribuídos para as demais regiões do país.

 O aumento no volume de armas e drogas atravessando as fronteiras têm sido acompanhado pelo fluxo de mercadorias contrabandeadas. As apreensões desse tipo de produto, realizadas pela Receita Federal, praticamente dobraram nos últimos sete anos. Em 2017, a instituição registrou R$ 2,3 bilhões no valor dos itens apreendidos, quase duas vezes o total de R$ 1,27 bilhão relativo a 2010 — a cifra inclui apreensões nos postos de fronteiras terrestres, além de aeroportos e portos.
 

Embora ainda haja vastos trechos de divisas desprotegidos, as instituições responsáveis por sua fiscalização têm realizado reforços para reduzir a vulnerabilidade. A Receita Federal criou, no primeiro semestre de 2017, a Coordenação-Geral de Combate ao Contrabando e Descaminho (Corep), que realizou, até o final do ano passado, 3.181 operações de vigilância e repressão, nas quais aplicou multas de R$ 281 milhões. O montante foi 223,5 % superior ao de 2016, quando as penalidades chegaram a R$ 86,8 milhões. Os produtos com maior aumento nas apreensões foram medicamentos (381,47%), calçados (340,02%), videogames (174,00%) e mídias não gravadas (123,48%). Ao todo, 221 milhões de maços de cigarro contrabandeados foram apreendidos, o que representou acréscimo de 11,16% em relação a 2016.