Postes que sustentavam as placas de energia solar, que se tornaram marca da rodovia, foram retirados pela concessionária. Motoristas reclamam que escuridão torna pista insegura
A Polícia Rodoviária Federal é responsável pelo patrulhamento do Arco Metropolitano há cinco anos. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) era o responsável pelo monitoramento e conservação da via. Em outubro de 2018, o estado alegou crise econômica e desequilíbrio de suas finanças para devolver a rodovia ao governo federal. Desde então, a PRF responde pelas rondas com as viaturas das equipes de policiamento ordinário, além do reforço da Operação Palladium, para coibir o roubo de carga e intensificar a presença policial nos trechos da Baixada Fluminense. Também está sendo construída uma Unidade Operacional da PRF na rodovia, na altura de Japeri, segundo informou o órgão, em julho.
Motoristas reclamam que a falta de iluminação torna a rodovia insegura. No final de julho, o GLOBO mostrou que a EcoRioMinas, concessionária que administra a via, após concessão à iniciativa privada, no ano passado, anunciou a retirada de todos os postes que sustentavam as placas de energia solar, que viraram uma marca registrada da via, desde sua inauguração em 2014. A alegação era de que o sistema já não funcionava quando assumiu a concessão. Também não havia prazo para instalação de um novo sistema de iluminação.
Desde a inauguração, as estruturas viraram alvos de ladrões, para sucessivos furtos das baterias que armazenavam a energia solar que garantia a iluminação das pistas, atualmente no escuro, como relatou em entrevistas William da Silva, pai de Heloísa, a menina de 3 anos baleada na noite de quinta-feira. A família acusa agentes da PRF de serem os responsáveis pelos disparos.
O Arco Metropolitano (BR-493), com mais de 70 quilômetros de extensão, liga Duque de Caxias ao Porto de Itaguaí, passando por Seropédica, onde o carro da família da menina foi atingido pelos disparos. A rodovia foi inaugurada em 1º de julho de 2014, numa cerimônia com a presença da então presidente Dilma Rousseff e do então governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. A obra fazia parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e foi realizada em parceria com o governo estadual ao custo total de R$ 2 bilhões aos cofres públicos.
Somente com a instalação dos 4.310 modernos postes de aço, com placas de energia solar acopladas com lâmpadas de LED, e que agora estão sendo removidos pela concessionária, foram gastos R$ 97,7 milhões (cerca de R$ 160 milhões em valores atuais). Cada peça custou mais de R$ 22 mil (R$ 37,2 mil corrigidos).
A concessionária vencedora da licitação feita no ano passado informou que, para melhorar a segurança viária, vem realizando serviços de conservação e que a rodovia recebeu revitalização do pavimento, melhorias e implantação de sinalização horizontal e vertical. Teve ainda reparo no sistema de drenagem, roçada nos canteiros e implantação de defensas metálicas. Junto com a sinalização horizontal, foram implantadas também novas tachas refletivas, os olhos de gato.
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