Introdução
Neste artigo, exploraremos conceitos recentes que provavelmente se tornarão mais comuns nos anos vindouros. Ressaltamos que alguns destes temas são controversos, mas nosso propósito é oferecer ferramentas e conhecimento para que você forme suas próprias conclusões. Inicialmente, analisaremos a Teoria Geracional de Strauss-Howe, que serve como pano de fundo para compreendermos o atual movimento aceleracionista.
Teoria Geracional de Strauss-Howe
Desenvolvida por William Strauss e Neil Howe, esta teoria descreve os ciclos da humanidade ao longo de períodos que variam de 80 a 100 anos. Cada século é dividido em quatro etapas, com cada uma delas caracterizando uma geração específica. Por exemplo, a primeira ou última etapa de um ciclo é marcada por uma crise, onde a população enfrenta guerras e revoluções em resposta a ameaças à sobrevivência. Segue-se um período de estabilidade institucional, uma “alta”, onde a sociedade compartilha uma visão comum e valores coletivos. Posteriormente, ocorre um “despertar”, caracterizado pela busca da individualidade, seguido pelo “desvendar”, onde a coletividade atinge seu ponto mais baixo e a individualidade se destaca, levando a uma nova crise e reiniciando o ciclo.
A Teoria Geracional de Strauss-Howe, embora tenha suas problemáticas e críticas, fornece uma estrutura para entendermos as mudanças históricas. No atual contexto, estamos nos aproximando de um período de crise, de acordo com a teoria, coincidindo com os 79 anos desde o término da Segunda Guerra Mundial.
Figura 1 – O que é a teoria das geracional e a qual delas você pertence?
Desafios e Críticas à Teoria Geracional
É fundamental ressaltar que essa teoria não é consensual na comunidade científica. Críticos argumentam que a abordagem dos autores, baseada nos parâmetros da sociedade estadunidense, dificulta sua aplicação a outras formas de organização social. Além disso, a forma incisiva como estabelecem relações torna a teoria suscetível a erros, sendo considerada pseudocientífica por muitos especialistas.
Aceleracionismo: Uma Nova Perspectiva
O aceleracionismo, surgido na obra “O Senhor da Luz” de Roger Zelazny, propõe acelerar o desenvolvimento tecnológico e capitalista ao máximo, visando provocar uma transformação profunda na sociedade. Embora originado na ficção científica, o aceleracionismo assumiu formas pragmáticas e extremistas na realidade. Defende que a inteligência artificial, tecnologia e até o capitalismo agressivo devem ser impulsionados até o ponto de causar um colapso e uma reconfiguração da sociedade.
Figura 2 – Visto com bons olhos por entusiastas da tecnologia, o aceleracionismo é um dos ideais que norteiam a mentalidade dos magnatas do Vale do Silício; sem perceber, somos jogados às estruturas de ruptura dentro das redes (Foto: Inteligência Artificial – DALL-E)
A Complexa Relação entre Acumulação de Capital e Colapso
Surpreendentemente, defensores contemporâneos do aceleracionismo, muitos vinculados à direita política, buscam acelerar o capitalismo ao extremo, cientes de que isso provocará seu colapso. Essa visão paradoxal encontra raízes nas ideias de Karl Marx, que reconhecia que, se o capitalismo fosse levado ao extremo, inevitavelmente entraria em colapso. Os aceleracionistas contemporâneos, no entanto, buscam acelerar esse processo, acreditando que enfrentar a crise de maneira abrupta é preferível a adiá-la.
Perigos e Críticas ao Aceleracionismo
A ideia de acelerar sem considerar as consequências reflete imaturidade e pode levar a consequências catastróficas. Críticas apontam que o aceleracionismo tem se aproximado de correntes extremistas, incorporando conceitos perigosos. O bilionário Mark Andreesen, por exemplo, defendeu ideias aceleracionistas em um manifesto tecno-otimista, ignorando as potenciais consequências negativas. A proposta de acelerar tecnologia, mercado e outros aspectos ao máximo pode resultar em um futuro onde apenas os mais privilegiados sobrevivam.
Conclusão
Em meio a essas teorias e movimentos, é crucial exercer discernimento. A Teoria Geracional de Strauss-Howe fornece um modelo interessante para entendermos os ciclos históricos, mas suas limitações devem ser reconhecidas. Quanto ao aceleracionismo, a proposta de acelerar para enfrentar crises pode ter consequências graves e irreversíveis.
Fonte: Fatos Desconhecidos
Formado em Sistemas de Informação pela FAETERJ, carioca de coração, apaixonado por teologia, tecnologia, matemática, geografia, história e pela sociedade em geral.
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