Polícia investiga se menina de 12 anos é outra grave vítima do Baleia Azul
21 de abril de 2017

Estudante autista de 13 anos tinha braços cortados e disse ter participado do jogo.

Além dos dois casos já confirmados de adolescentes que participaram do jogo criminoso Baleia Azul no Rio —duas meninas de 14 anos, uma delas da capital e outra do interior do estado —, a Polícia Civil investiga a suspeita de que uma menina de 12 anos é outra grave vítima do game. Ela está hospitalizada por conta de lesões causadas por automutilações que podem ter sido ordenadas por curadores do jogo.

Um adolescente autista de 13 anos, estudante da rede municipal de Duque de Caxias, também pode ter sido vítima do jogo que tem induzido crianças e adolescentes ao suicídio. Este caso, no entanto, ainda não é investigado pela polícia.

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Educadores do colégio da Baixada contaram que tomaram um susto ao verificar que o aluno do 6º ano do Ensino Fundamental chegou com cortes nos dois braços na tarde de quarta-feira. Em conversa com a equipe pedagógica, o menino revelou ter participado dos desafios do game.

“Ele chegou com os dois bracinhos todos cortados na escola. Os profissionais do colégio acharam aquilo muito estranho. Quase todo mundo já estava sabendo desse jogo, e aquilo surpreendeu a professora e a equipe da direção, que retirou o aluno da sala e chamou seu responsável”, explicou a secretária municipal de Educação de Caxias, Marise Moreira Ribeiro.

O estudante relatou ter assistido, em casa, a um vídeo em uma rede social que sugere práticas de violência e automutilação. A Secretaria encaminhou o caso ao Conselho Tutelar. O adolescente foi atendido em uma unidade de saúde e passa bem. Ele também será encaminhado ao Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil.

A Secretaria de Educação divulgou um comunicado para recomendar aos gestores escolares que fiquem alertas, tendo em vista a repercussão sobre o jogo suicida no Brasil.

A delegada Fernanda Fernandes, da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, disse que não foi notificada do caso em Caxias. “Se os casos não são comunicados pelas secretarias de Educação, é impossível chegar nas escolas”. Em depoimento dado ontem na DRCI, um menino de 12 anos contou que foi impedido pela mãe de entrar no jogo, após ter monitorado suas redes sociais. Sobre a autoria dos gerenciadores, a investigação mantém sigilo. 

Autores de jogo podem ser robôs

O jogo Baleia Azul pode não ser gerenciado por humanos e sim por robôs. Empresas de segurança têm considerado o game como uma espécie de viral que saiu do controle ou ação de chatbots, como são chamados os softwares capazes de interagir com pessoas via redes sociais, já usados no Brasil para interação entre clientes e redes sociais.

É o que a empresa de segurança Aker N-Stalker defende, segundo o site ‘CanalTech’. Para o presidente da Aker, Rodrigo Fragola, o jogo pode ser gerenciado por bots programados para interagir com os jogadores como se fossem humanos.

A delegada Fernanda Fernandes, que investiga o jogo no Rio, não considera a informação de que os autores sejam robôs. “Não trabalhamos com suposições, mas não desprezo a possibilidade de, no fim da investigação, descobrir algo inesperado”. Para o presidente da Aker, o cenário é assustador.

“Caso se confirme a hipótese, teremos na sociedade global uma combinação explosiva de robotização das relações sociais associada a um grande potencial de epidemias psicóticas”, disse ao site.

Fonte: O DIA

Colaborou o estagiário Matheus Ambrosio