Delegacia de Repressão a Crimes de informática apura casos do Baleia Azul
A Delegacia de Repressão a Crimes de informática (DRCI) investiga suspeitas de aliciamento de jovens para o jogo conhecido como Baleia Azul. Segundo denúncias, organizadores do jogo induzem crianças e adolescentes, pelas redes sociais, a cumprirem desafios, que incluem atos de automutilação, como desenhar uma baleia no antebraço com objeto cortante, e até suicídio. Segundo a delegada Fernanda Fernandes, responsável pela investigação, a Polícia Civil instaurou o chamado inquérito-mãe para apurar todos os casos de vítimas no Estado do Rio. Nos outros estados do país, os casos são analisados um a um. Até o momento, há três vítimas confirmadas.
D.O Notícias – Como começaram as investigações? Qual é o andamento?
Fernanda Fernandes – A DRCI iniciou as investigações a partir de uma denúncia anônima. Com isso, conseguimos descobrir que realmente o jogo já estava no Brasil, porém não havia ainda vítima fatal. Depois que iniciamos a investigação, alguns casos de morte começaram a aparecer no país. Assim, intensificamos o trabalho para apurar se havia alguma vítima no Estado do Rio de Janeiro. No momento, a DRCI tem se reunido com secretários de Educação e de Saúde municipais e do Estado e com o Ministério Público Estadual e Federal. O objetivo é firmar parceria com todos os órgãos para conseguirmos auxiliar possíveis vítimas.
D.O Notícias – Quantos casos já são concretos no estado? Como as vitimas são identificadas?
Fernanda – São três casos confirmados até o momento. Conseguimos identificar as vítimas a partir de monitoramentos e rondas virtuais. Nenhum dos casos confirmados foi até a delegacia. Identificamos todos eles em um trabalho de Inteligência. Ainda estamos tentando apurar se há mais vítimas para chegar aos responsáveis pelo aliciamento.
D.O Notícias – As famílias dos jovens estão colaborando?
Fernanda – Sim. Porém, na maioria dos casos a vítima nega participação no jogo. Nos casos que conseguimos identificar, contatamos os familiares que tiveram ciência na delegacia e resolveram colaborar com as investigações, não só dando amplo acesso às redes sociais dos menores, como também encaminhando para tratamento psicológico e para exame de corpo delito.
D.O Notícias – Qual é o perfil dos jovens suspeitos de participar do jogo?
Fernanda – Ainda não podemos traçar nenhum perfil, mas as três vítimas já identificadas possuem o perfil mais depressivo. Porém, estamos trabalhando com todas as hipóteses. O fato é que depois que a criança ou o adolescente entra no jogo, ele apresenta um comportamento mais isolado e depressivo, porque sofre pressão psicológica, ameaças e se sente coagido.
D.O Notícias – Qual é a orientação e alerta para os pais e familiares?
Fernanda – Pedimos aos pais que procurem uma delegacia se notarem mudança de comportamento. Contamos com a ajuda não só dos familiares, mas também das escolas e dos amigos que notarem qualquer mudança de comportamento. Outro apelo é para que os pais monitorem e fiscalizem a utilização das redes sociais pelos menores, principalmente crianças, pois são alvos fáceis e ficam vulneráveis não só a esse tipo de crime, como também à pedofilia. A farta exposição nas redes sociais é perigosa, e é importante que os pais evitem esse acesso, pois isso serve de base para a prática de diversos crimes.
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