Placa Indicativa de inicio da Flona Mario Xavier localizada na BR 493 em Seropédica está escrito errado
8 de novembro de 2023

Quem passa pelo Arco Metropolitano (BR 493) em Seropédica podem ver uma Placa Indicativa com erro de grafia no nome da Flona Mario Xavier. A placa vem escrito “Inicio da Flora Márcio Xavier“. 

Quem fez esta placa indicativa nem procurou se informar do nome correto deste importante Bioma pelo seu valor histórico, natural e cultural para o município e para o Brasil. 

O erro vem incomodando os moradores da cidade e para quem procura a localidade. Para muitos a questão é vista como um descaso. “Parece deboche. Um amigo meu tirou a foto e avisou sobre este erro grosseiro. Para quem mora aqui, é muito ruim ver as pessoas tirando sarro disso.

A História da Flona Mario Xavier

Em 15 de setembro de 1945, foi inaugurado pelo presidente Getúlio Vargas o Horto Florestal de Santa Cruz, localizado no km 51 da antiga Estrada Rio-São Paulo, hoje, chamada de BR-465. E com, aproximadamente, 1250 hectares de extensão.

O Horto Florestal de Santa Cruz foi construído para substituir o Horto da Gávea, na cidade do Rio de Janeiro, na época, capital do país. E tinha esse nome em homenagem à antiga Fazenda Santa Cruz, que, nos tempos coloniais, abrangia a área que ia desde a Baia de Sepetiba até Volta Redonda, passando pelo distrito de Seropédica, que pertencia ao município de Itaguaí. Em 1995, este distrito foi emancipado, por meio da Lei nº 2446/1995, passando a ser chamado de município de Seropédica.

O Horto pertencia ao Ministério da Agricultura e foi construído com o objetivo de fazer experimentações e demonstrações de práticas de Silvicultura, além de produzir mudas de árvores de espécies nativas e exóticas para contribuir no reflorestamento dos estados da Guanabara (onde se localizava o Horto), do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.

A principal atividade do Horto era a produção de mudas de árvores para reflorestamento, mas elas também se destinavam a outros fins, como paisagismo e ações educacionais. A produção chegou a cerca de 5 milhões de mudas por ano de diferentes espécies, como ipê amarelo e roxo, pau ferro, jacarandá, sabiá, cedro-rosa, amendoeira, flamboyant, entre outras, tendo destaque as mudas de eucalipto, que eram as de maior número. A produção era tão grande que eram postos anúncios em jornais incentivando as pessoas a adquirirem as mudas. Ao lado, vemos recortes de jornais dos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.

A primeira pessoa indicada para administrar o Horto Florestal de Santa Cruz foi o engenheiro agrônomo Mário Figueiredo Xavier, em junho de 1945. No mesmo ano, ele e sua família se mudaram para o Horto para lá morar e ali ficou até se aposentar. Anos depois, dois de seus filhos, Hermar Xavier e Hércio Xavier, também administraram a unidade.

Em 1954, o Horto Florestal de Santa Cruz passou a ser chamado de Estação Florestal de Experimentação de Santa Cruz. E, em 27 de setembro de 1970, em homenagem ao antigo administrador, a Estação Florestal de Experimentação de Santa Cruz passou a ser chamada de Estação Florestal de Experimentação Engenheiro Agrônomo Mário Xavier.

Mário Xavier nasceu em Minas Gerais e, em sua adolescência, conheceu uma pessoa que seria sua amiga por muitos e muitos anos. Essa pessoa era, o também mineiro, ex-Presidente da República Juscelino Kubitschek. Em 13/07/1957, o então Presidente, Juscelino, foi à Estação Experimental de Santa Cruz visitar o amigo e conhecer o antigo Horto.

DECRETO Nº 93.369, DE 8 DE OUTUBRO DE 1986

Cria a FLORESTA NACIONAL MÁRIO XAVIER, no Estado do Rio de Janeiro, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando das atribuições que lhe confere o artigo 81, item III, da Constituição, e considerando o disposto na alínea b do artigo 5º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965,

DECRETA:

     Art. 1º. É criada, no Estado do Rio de Janeiro, a Floresta Nacional Mário Xavier, com área estimada em 493 ha (quatrocentos e noventa e três hectares), subordinada ao Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), com finalidades econômicas, técnicas e sociais.

     Parágrafo único. A área de que trata este artigo, é constituída pela gleba denominada Horto Florestal, pertencente ao Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, localizada no triângulo formado pela interseção das rodovias “Presidente Dutra” e antiga “Rio-São Paulo”, no Distrito de Seropédica, Município de Itaguaí (RJ), na altura das coordenadas de latitude 22º45″ N e longitude 43º43″ WGr. Confronta-se ao norte com o loteamento São Miguel e terras de Rodolfo Aneclino; a nordeste com terras de Rodolfo Aneclino; a leste com a Rodovia BR116 e terras da Fazenda Moura Costa e área pretendida por Hidelbrando de Araújo Góes; ao sul com a Fazenda Moura Costa; a oeste com Paulo Cammlet e Núcleo Colonial Santa Alice e a noroeste com o loteamento São Miguel.

     Art. 2º. O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF promoverá o desenvolvimento e uso múltiplo dos recursos naturais da Floresta Nacional Mário Xavier, de forma a permitir a produção de bens e prestação de serviços compatíveis com a sua finalidade, podendo, para tal, celebrar acordos com entidades públicas ou privadas.

     Art. 3º. Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 8 de outubro de 1986; 165º da Independência e 98º da República.

JOSÉ SARNEY
Iris Rezende Machado

Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da União – Seção 1 de 09/10/1986
 

Publicação:

  • Diário Oficial da União – Seção 1 – 9/10/1986, Página 15206 (Publicação Original)
  • Coleção de Leis do Brasil – 1986, Página 101 Vol. 8 (Publicação Original)

Na época, a área era de, aproximadamente, 493 hectares, devido a doações realizadas, no final da década de 1950, para a construção do Núcleo Colonial de Santa Alice. E estava sob a administração do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), que, depois, foi transformado no Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). E, em 2007, foi substituído na administração pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Hoje, a Flona MX é a única Floresta Nacional existente no Estado do Rio de Janeiro.

Conheçam toda a história clicando aqui: https://amigosinstitutohistoricodc.com.br/wp-content/uploads/2020/08/Cartilha-Flona-Mario-Xavier_-entre-historias-e-memorias.pdf

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