No hemisfério Sul, o fenômeno será menos visível e necessitará de ajuda de telescópios. Mas no Norte muitos já viram e fotografaram o cometa
Descoberto no final de março por um telescópio espacial, o cometa conhecido como Neowise é o primeiro que será visível a partir da Terra neste ano.
Oficialmente chamado de C/2020 F3, trata-se do terceiro cometa descoberto em 2020 e o mais brilhante dos últimos sete encontrados, segundo o cosmonauta russo Ivan Vagner, que o observou a partir da Estação Espacial Internacional.
O cometa foi detectado pela primeira vez pelo telescópio espacial da Nasa (agencia especial americana) de mesmo nome, Neowise, em 27 de março, e alcançará o ponto mais próximo da Terra no próximo dia 23 de julho, quando estará a 103 milhões de quilômetros de distância.
Apesar de o C/2020 F3 estar mais de 400 vezes mais distante da Terra do que a Lua, ainda assim será possível observá-lo sem a ajuda de telescópios ou binóculos.
Essa visualização a olho nu, no entanto, é possível apenas no hemisfério Norte. Especialistas dizem que na maior parte do Brasil e em outras partes do hemisfério Sul é necessário usar algum tipo de telescópio para observar o cometa. Também haverá uma janela menor de observação do cometa na região Sudeste e Sul do Brasil — apenas por volta do dia 24 de julho. Em Estados brasileiros mais ao Norte, o cometa poderá ser visto alguns dias antes.
Já no hemisfério Norte, é possível ver o cometa a olho nu durante a maior parte do mês de julho. O cometa está se deslocando no céu em sentido oeste e sempre aparece em uma parte baixa do céu, próxima à linha do horizonte.
No hemisfério Norte, o cometa pode ser visto olhando para o noroeste pouco antes do amanhecer, e depois ao entardecer.
É preciso estar em algum lugar com vista direta para o horizonte, com poucas construções e objetos no caminho. Locais com poucas luzes também são mais recomendados para que se enxergue melhor o cometa.
O fenômeno poderá ser visto a partir do dia 17 de julho em latitudes equatoriais. Quem está no hemisfério Sul só conseguirá observar o cometa nos últimos dias de sua passagem.
No céu, o cometa aparece na constelação de Auriga e nos próximos dias ele será visto nas constelações de Lynx e Ursa Maior, passando por baixo de um grupo de estrelas conhecidas como Grande Carro e Baleia.
Depois disso o cometa sairá do nosso campo de visão, entrando na zona mais profunda do Sistema Solar.
‘De repente se fez visível’
“Um cometa de repente se fez visível a olho nu”, publicou a Nasa em sua página na internet.
“O cometa C/2020 F3 (Neowise) foi descoberto no final de março e se iluminou quando alcançou seu ponto pais próximo do Sol, dentro da órbita de Mercúrio, no final da semana passada.”
“O iceberg interplanetário sobreviveu ao aquecimento solar, por ora, e atualmente está se aproximando da Terra na medida que começa seu longo percurso de volta ao exterior do Sistema Solar.”
O C/2020 F3 é um dos poucos cometas visíveis a olho nu deste século e já foi fotografado de diferentes pontos ao redor do mundo.
O espetáculo foi comparado pelo astrônomo americano Bob Behnken a fogos de artifícios do 4 de julho, dia da independência dos Estados Unidos.
O satélite Neowise da Nasa foi lançado em 2009 pela primeira vez e logo em 2013 recebeu uma nova missão: “ajudar os esforços da Nasa para identificar e caracterizar a população de objetos próximos da Terra”.
Ao longo dos anos, o satélite revelou centenas de milhares de objetos próximos da Terra e o C/2020 F3 é parte das suas mais recentes descobertas.
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