Hoje, é um dia que deve ser lembrado com tristeza pela Nação Brasileira.
Neste dia, em 1935, guerreiros foram mortos traiçoeiramente nos Quartéis onde serviam, na tentativa insana de tomada do poder pela força por parte do PCB (Seção Brasileira da Internacional Comunista).
Pela felicidade do povo brasileiro, o movimento orientado por Moscou e articulado por Luiz Carlos Prestes, foi mal organizado e fadado ao insucesso.
Daí o nome de Intentona Comunista.
Sem polêmicas, a história do Brasil tem que ser conhecida para que NUNCA MAIS cometa os mesmos erros.
O Exército Brasileiro tem como cultura institucional homenagear os grandes vultos da Pátria e manter viva a lembrança de seus feitos, interpretando acontecimentos de que participaram e recolhendo os exemplos que nos legaram.
Determinadas figuras históricas que vestiram nossa farda são mais conhecidas do grande público, como o Duque de Caxias e o Marechal Rondon. Outros personagens têm
trajetórias igualmente notáveis, porém menos disseminadas entre a população. Nomes como os do Major Misael de Mendonça e do Tenente José Sampaio Xavier, algumas das vítimas que tombaram no cumprimento do dever para defender a democracia, durante um dos mais tristes episódios da história brasileira: a Intentona Comunista de 1935, luta fratricida que ocorreu nas cidades de Natal, Recife e Rio de Janeiro e que é rememorada neste último dia 27 de novembro.
Para compreender o contexto histórico no qual as ações extremadas ocorreram, é preciso retornar alguns anos no tempo. Após a Revolução Bolchevista de 1917, que transformou o Império Russo na União Soviética, intensificou-se no mundo inteiro a propaganda ideológica marxista-leninista, antes mesclada às manifestações do anarquismo e sem maior expressão.
No Brasil, a partir de 1919, foram registradas várias tentativas de implantação do comunismo. Contudo, somente em 1922, o Partido Comunista estabeleceu-se no país, alinhado, desde o início, à política exterior soviética de espraiamento do comunismo.
No Brasil, os adeptos do comunismo tomaram a ofensiva e fundaram a Aliança Nacional Libertadora (ANL), em 1935, verdadeira filial do Partido Comunista e mentora da rebelião que se preparava. Ex-capitão do Exército, Luís Carlos Prestes foi aclamado presidente de honra da ANL, em uma reunião realizada no dia 30 de março daquele mesmo ano, no Teatro João Caetano, Rio de Janeiro. O Comunismo, revigorado pela adesão de Prestes, conseguiu grande expansão, infiltrando-se inclusive nas Forças Armadas, onde alguns jovens oficiais, em geral doutrinados desde os bancos escolares e insatisfeitos com os rumos da Revolução de 1930, foram atraídos pela personalidade do líder e pela retórica de renovação política e social que vinha nas resoluções do Partido Comunista Brasileiro.
Movimento deflagrado em Natal
A revolta eclodiu em Natal, a 23 de novembro de 1935, um sábado. Os sargentos, cabos e soldados rebelados no 21º Batalhão de Caçadores, com o auxílio de civis extremistas, prenderam o oficial de dia e apoderaram-se do armamento e da munição da unidade. A resistência legalista durou das 20 horas do dia 23 até a manhã seguinte. Sem munição, as tropas do governo renderam-se. Um Comitê Popular Revolucionário dirigiu o Rio Grande do Norte por três dias. Cenas impressionantes ocorreram nessa ocasião, incluindo a caça aos automóveis e caminhões públicos e particulares, saques, estupros arrombamentos, levando o desespero à população de Natal.
A contra-revolução veio do interior. Tropas do Exército e das polícias dos estados vizinhos capturaram, em pouco tempo, todos os implicados, que passaram a responder perante a Justiça por quase 20 mortes.
Sangue em Pernambuco
Dos três levantes comunistas de 1935, o de Pernambuco foi o mais sangrento, resultando em mais de 720 mortes, só nas operações da frente do Recife. A antecipação da revolta em Natal prejudicou a surpresa do movimento em Recife, encontrando a guarnição alerta e pronta para debelá-lo. Outro fator decisivo para sufocar o levante foi a atuação segura do Secretário de Segurança de Pernambuco, Malvino Reis Neto, Capitão do Exército.
O movimento eclodiu na manhã de 24 de novembro, simultaneamente no quartel do 29º Batalhão de Caçadores e no Quartel-General da 7ª Região Militar.
Ao mesmo tempo, civis armados atacavam delegacias de polícia. Porém, as tropas organizaram-se e impediram a invasão do Recife.
Em Olinda, um grupo de civis conseguiu apoderar-se dos pontos estratégicos da cidade, depois de prender o prefeito e outras autoridades. Um pequeno contingente de forças policiais, entretanto, desbaratou-os rapidamente.
Na manhã do dia 25, ainda havia combate no quartel do 29º BC e no Largo da Paz.
Os comunistas instalaram algumas metralhadoras pesadas na torre da igreja de Nossa Senhora da Paz, dificultando o ataque legalista. Para o local, seguiu um grupo da Brigada Militar, chefiado pelo Capitão Higino Belarmino. Com a chegada de elementos do 29º BC e de uma bateria de Artilharia da Paraíba, os comunistas recuaram.
Na altura do Engenho de Santana, tiveram que enfrentar as forças do 20º Batalhão de Caçadores, de Maceió, sendo derrotados. Aqueles que escaparam uniram-se aos
remanescentes e fugiram desordenadamente para o interior, mas foram perseguidos e presos pelas tropas legais. Na terça-feira, 26, praticamente cessou a luta no Recife e proximidades. Nesse mesmo dia, com autorização do Congresso Nacional, o Presidente da República decretou a vigência do estado de sítio em todo o país.
Combates no Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, os comunistas prepararam a insurreição em várias unidades militares.
Na tarde de 26 de novembro, o 3º Regimento de Infantaria encontrava-se em prontidão por causa dos acontecimentos no Nordeste.
Na madrugada de 27 de novembro, eclodiu a revolta, sob ordens de Prestes. Amotinados passaram a aprisionar os legalistas, que diante da surpresa e da rapidez da ação ofereceram pouca ou nenhuma resistência.
Todavia, as companhias de metralhadoras dos 1º e 2º Batalhões, comandadas pelos Capitães Alexínio Bittencourt e Álvaro Braga, não se intimidaram e responderam ao fogo, estabelecendo-se cerrado tiroteio que alertava os observadores, escondidos nas
vertentes dos morros circunvizinhos ao 3º Regimento de Infantaria.
O governo foi imediatamente avisado.
Nessa ocasião um oficial legalista, o Major Misael de Mendonça, foi atingido mortalmente.
Tropas da 1ª Região Militar, comandadas pelo General Eurico Gaspar Dutra, impediam que os comunistas deixassem o quartel. Intimados a render-se, os revoltosos não se entregaram. Diante dessa negativa, as tropas legalistas intensificaram os fogos. Pouco depois do meio-dia surgiu uma bandeira branca entre os escombros.
Simultaneamente, no Campo dos Afonsos, levantou-se parte da guarnição da Escola de Aviação Militar, vinculada à Aviação do Exército. Eclodira e rapidamente alastrara-se o movimento, cuja repressão foi dificultada pela escuridão e pela confusão generalizada. Oficiais legalistas, como o Capitão Armando de Souza e Melo e o Tenente Danilo Paladini, foram mortos ainda dormindo.
O Tenente Benedito Lopes Bragança, que se encontrava preso, desarmado e incapaz de qualquer reação, também foi assassinado.
De posse de todo o armamento e munição retirados das reservas e do paiol, o próximo passo dos comunistas foi ocupar os hangares, a fim de acionar os aviões e, com isso, alastrar o movimento.
O 1º Regimento de Aviação, com o Tenente-Coronel Eduardo Gomes, conseguiu repelir o assalto, retardando os amotinados, até que o General José Joaquim de Andrade manobrasse o Regimento Andrade Neves contra os rebeldes. Às 17 horas os comunistas debandaram em fuga. Os rebeldes prisioneiros foram colocados no navio Pedro I, transformado em barco-presídio.
Legado
Por si só, o termo “intentona”, qualificado como intento louco ou plano insensato, resume o significado dos episódios ocorridos em 1935.
Que as lições do passado e o sangue derramado pelos que tombaram na defesa da Pátria sirvam de farol para que jamais brasileiros peguem novamente em armas contra seus compatriotas, em nome de ideologias políticas contrárias aos ideais democráticos.
NOSSA BANDEIRA JAMAIS SERÁ VERMELHA
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