O Município de Iguassú foi criado no dia 15 de janeiro de 1833, com sua sede instalada às margens do Rio Iguassú, que serviu de inspiração para o seu nome. Ele surgiu a partir da Vila de Iguassú – uma localidade que desde o século XVIII era utilizada como pouso de tropeiros que faziam o Caminho de Terra Firme. Ainda em 1822, durante o Ciclo do Café, foi aberta a Estrada Real do Comércio, que em conexão com os portos de Iguassú, escoava a produção de cana-de-açúcar e do café plantado nas serras. O movimento foi tão expressivo que provocou a mudança do status de Vila para Município.
Em 1858, com a inauguração da Estrada de Ferro Dom Pedro II, iniciou-se o crescimento do Arraial de Maxambomba. Por conta disso, foi realizada a transferência da sede do município para um novo centro econômico. Em 1916, Maxambomba passa a se chamar Nova Iguassú.
No século XX, a principal atividade do Município passa a ser o plantio de laranjas. Os pomares de Nova Iguaçu se estendiam por toda a Estrada de Madureira, Cabuçu, Marapicu, alcançando também Itaguaí. Na época, Nova Iguaçu ficou conhecida como “Cidade Perfume” por causa do cheiro das frutas. Porém, diante de forte influência da Segunda Guerra Mundial, aconteceu a explosão demográfica da Baixada Fluminense e do Rio de Janeiro. Seu cultivo e exportação da laranja entraram em decadência levando a economia da cidade, o que culminou na divisão do território.
Foi a partir da década de 40 que surgiu o processo de emancipação do Município. Nova Iguaçu perdeu Duque de Caxias (1943), Nilópolis e São João de Meriti (1947). Nos anos 90, foi a vez de Belford Roxo e Queimados (1990), Japeri (1991) e Mesquita (1999). Vale lembrar que em 1952, com a inauguração da Rodovia Presidente Dutra e a recuperação da malha ferroviária, a cidade passou por um aumento populacional e assumiu outras funções, entre elas, a de cidade dormitório e de corredor de acesso à capital.
Hoje, Nova Iguaçu é o maior município da Baixada Fluminense em extensão territorial e segundo em população. Possui um dos centros comerciais mais importantes do Estado do Rio de Janeiro, um polo que atrai consumidores das cidades de seu entorno.
Nova Iguaçu: conheça a história da origem da Baixada
Uma das treze cidades que compõem a Baixada Fluminense, Nova Iguaçu foi a origem da região que, atualmente, cerca a capital do estado. Antes habitada por indígenas que utilizavam os rios para locomoção e, posteriormente, usada pelos portugueses para a produção de cana de açúcar, feijão e mandioca, a ocupação da cidade, a partir do século XIX, foi pautada na interiorização do Império no território brasileiro.
O início desse processo se deu no Ciclo do Ouro, quando as pedras preciosas extraídas no interior eram escoadas para o Rio de Janeiro através da Estrada Real, que terminava em Paraty. No entanto, episódios de roubo das pedras, que vinha, pelo mar, da cidade até o Rio de Janeiro, motivaram a construção da Estrada Real do Comércio, que ligava as minas, de forma direta e segura, ao Porto de Iguassú, de onde seguia pelos rios à capital do Império.
– O grande fator para a ocupação de Nova Iguaçu e, por consequência, da Baixada, por mais de um século, foi a vocação da região em ser uma passagem segura no sentido da interiorização nacional – explica Allofs Daniel Batista, mestre em História e coordenador na Superintendência de Patrimônio Arquitetônico e Urbanístico de Nova Iguaçu.
O processo de ocupação seguiu pelo século XIX, acompanhando a chegada de inovações trazidas da Europa. No ano de 1854, o imperador Dom Pedro II permitiu a construção da Estrada de Ferro Mauá, primeira ferrovia do Brasil, que substituiu as estradas no transporte da carga vinda do interior, proporcionando economia de mão de obra e de tempo. Quatro anos mais tarde, chegou à região o investimento que mexeu com a dinâmica local e foi fundamental para o desenvolvimento da cidade.
A Companhia de Estrada de Ferro D. Pedro II ligava a capital do país à área onde hoje fica o município de Queimados e tinha paradas estratégicas para abastecimento em diversos pontos do trajeto. Foi neste momento que a Vila Iguassú, criada em 1833, às margens do Rio que leva o seu nome, perdeu o posto de centro econômico da região.
– O que hoje chamamos de Nova Iguaçu era um povoado, uma fazenda incipiente, conhecido como Arraial de Maxambomba. Ali havia uma parada de trem, que começou a crescer porque os moradores mais abastados da vila queriam estar perto da linha férrea – explica Allofs.
Explosão populacional
As paradas do trem foram reunindo cada vez mais moradores no seu entorno. A partir daí, começou um período de ocupação exponencial de Nova Iguaçu, que teve seu auge no século XX. O crescimento da região coincidiu com uma onda migratória que preencheu a área da Baixada Fluminense com a miscigenação de povos. De um lado, escravos recém-libertos pela Lei Áurea que, com seus descendentes, deixavam o interior do estado em busca de trabalho. Do outro, nordestinos que fugiam das secas que assolaram o Nordeste e chegavam ao Rio em busca de emprego. Do exterior, chegavam imigrantes italianos, alemães, libaneses que escapavam da I e II Guerra Mundial.
O então presidente Nilo Peçanha (1909-1910) quis fazer do entorno do Rio de Janeiro um polo de abastecimento e investiu na produção de cítricos, como abacaxi, limão e laranja, que se destacou entre as décadas de 1930 e 1940 e deu à Nova Iguaçu o apelido de “Cidade Perfume”.
– A região oferecia emprego nas lavouras, terra e lugar para morar. Eram várias as formas de trabalho, não necessariamente assalariadas – muitos trabalhavam em troca de comida ou casa. Com o declínio da produção de laranja, algumas terras foram loteadas e o governo, já na Era Vargas, incentivou a população a morar na região. Criou-se, então, uma ideia de que ali havia terra e trabalho – conta Allofs.
Antes da explosão demográfica do século passado, Nova Iguaçu tinha 20 mil habitantes. Atualmente, a área da Baixada Fluminense tem cerca de 4 milhões de moradores. Entre 1943 e 1999, o município sofreu duas ondas emancipatórias. Da grande cidade que ocupou quase todo o território da Baixada Fluminense saíram os municípios de Duque de Caxias, Nilópolis, São João de Meriti, Belford Roxo, Mesquita, Japeri e Queimados. Ainda assim, hoje com uma população estimada de 800.000 pessoas (2017), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade continua carregando um enorme peso político e cultural.
Você sabia?
No século XVIII, foi construída, na região denominada Calhamaço, a Igreja de Santo Antônio da Freguesia de Jacutinga. Com o crescimento do arraial de Maxambomba e a transferência da sede da Vila do Iguassú para lá, foi construída a igreja que hoje é a Catedral da cidade. A imagem do santo que dava nome à igreja da freguesia foi migrada para a nova construção, que ganhou o nome de Igreja de Santo Antônio de Jacutinga. A primeira igreja, que hoje fica localizada no bairro da Prata, acabou sendo renomeada de Igreja de Santo Antônio da Prata.
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