Laudo da Polícia Civil sobre a qualidade da água fica pronto na próxima semana; entenda
25 de janeiro de 2020

O laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) sobre a qualidade da água tratada pela Cedae deve ficar pronto na próxima semana, segundo uma fonte da Polícia Civil. O resultado é peça fundamental para que as investigações concluam se houve imperícia por parte da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio, ou se trata de uma “sabotagem”, suspeita levantada pelo governador Wilson Witzel, no último dia 20. Para ele, não estaria descartada uma manobra com o intuito de manchar o nome da empresa, que está prestes a ser leiloada, como parte do pacote do Plano de Recuperação Fiscal do Estado.

A delegada-assistente da Delegacia de Defesa de Serviços Delegados (DDSD) Josy Lima aguarda a entrega de três laudos técnicos: um do ICCE, perícia técnica da própria Polícia Civil; outro do Instituto Estadual do Ambiente (Inea); e ainda um terceiro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo a delegada, os laudos são de “extrema” importância por serem provas técnicas.

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— Os laudos são muito importantes, principalmente quando são analisados juntamente com os depoimentos que já colhemos. Estamos aguardando também a entrega de imagens da Estação de Tratamento do Guandu, por parte da Cedae. Como agora sabemos todas as fases do tratamento da água, isso irá nos facilitar para entender o que realmente aconteceu na água desde o início do ano, que modificou a sua coloração, o cheiro e o gosto — explicou a delegada.

Até o momento, oito pessoas, entre elas o presidente da Cedae, Hélio Cabral, foram ouvidas pela polícia. A delegada também irá chamar para depor especialistas na área de saneamento básico para explicarem o surgimento da geosmina na água, uma molécula produzida por cianobactérias que se prolifera em ambientes contaminados por esgoto.

— Quero ouvir uma pessoa neutra neste processo — concluiu Josy.

Só nesta quinta-feira a Cedae passou a usar o carvão ativado no tratamento da água que abastece oito cidades, inclusive a capital fluminense. O produto deverá reter a geosmina, apontada pela própria Cedae como a substância que deixou a água com gosto e odor de terra. No entanto, até o momento, ainda não se sabe o que alterou a cor dela, uma vez que, segundo especialistas, a geosmina não altera a coloração da água.

Fonte: Jornal EXTRA