Muita desinformação, um monte de gente tentando ganhar dinheiro de modos nem sempre completamente legais – assim dá para resumir o que significa a sigla IPTV hoje no Brasil. Até uma grande rede de supermercados foi flagrada num erro gigantesco.
Segundo uma reportagem do portal UOL, o supermercado estava ofertando um aparelhinho como esse – que popularmente todo mundo chama de caixinha. Só que o tal aparelhinho era anunciado como sendo capaz de desbloquear – sem custo até 8 mil canais de televisão…. Ou seja, alguma coisa estava errada.
Mas, por que a tecnologia IPTV acabou se transformando nesse saco de gatos digital?
Para começar a entender o imbróglio, é preciso, antes de mais nada responder a pergunta: o que é IPTV? A sigla significa Internet Protocol TV – trocando em miúdos, televisão transmitida pela internet.
Existem vários jeitos de transmistir televisão. O mais comum e mais antigo é pelo ar. Uma grande torre emite os sinais – que hoje felizmente são digitais – e as nossas antenas domésticas captam esses sinais. Igualzinho ao rádio, por exemplo. Um outro jeito de transmitir TV é pelo satélite. Antenas parabólicas captam os sinais que são emitidos por satélites que estão na órbita do planeta. Outro jeito é via cabo. Em geral, um cabo coaxial como esse é conectado a um decodificador. Sem segredo, não? O jeito mais recente de fazer a mesma coisa é usar a internet para transmitir televisão. Algumas operadoras levam um cabo de fibra óptica até sua casa. Esse cabo é capaz de levar os dados da internet normal e também os dados que contêm os canais de televisão do seu pacote por assinatura.
Num certo sentido, quando a gente fala de IPTV, dá até para entender que serviços de streaming de vídeo também são um tipo de IPTV. Ou seja, a Netflix, por exemplo, pode ser encaixada nessa categoria.
Agora começa a confusão. Algumas empresas ou indivíduos montaram estruturas para distribuir o sinal de canais fechados de TV usando essa tecnologia. Com algumas variáveis, a história funciona mais ou menos sempre da mesma maneira. A empresa ou o indivíduo por trás dessa operação consegue acesso a milhares de canais – quase sempre de forma ilegal. Em seguida, ele leva essa informação digital para algum servidor sob seu controle. Desse servidor, ele passa a distribuir os dados – que carregam o conteúdo dos canais de fechados – para quem comprar as suas caixinhas.
Aí tem mais um elemento para aumentar a questão. Boa parte das TVs de hoje em dia já são smartvs, certo? Nesse caso, quem distribui o sinal pirata via internet nem precisa mais vender uma caixinha. Um aplicativo dá conta do recado. E você pode instalar esse aplicativo na sua TV ou no seu computador. Tanto faz.
Como deu para ver, a tecnologia IPTV é bem bacana – chega a oferecer qualidade de imagem até superior à TV digital brasileira. O problema é que as caixinhas e os aplicativos que estão sendo distribuídos no Brasil funcionam à base da pirataria. E a qualidade do serviço varia bastante – já que estamos falando de operações clandestinas.
A tecnologia IPTV representa uma parte do futuro das transmissões de TV no mundo inteiro. Mas, quando associada à pirataria, pode significar problemas para quem vende e também para quem compra.
Fonte: Olhar Digital
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