História da Academia Brasileira de Letras
21 de julho de 2019

Neste último dia 20 de julho, a Academia Brasileira de Letras celebrou mais um ano de vida. São 122 anos de história.

Ainda durante o Império, o professor, poeta e historiador Afonso Celso Júnior manifestou o desejo da criação uma academia literária nacional, nos moldes da Academia Francesa. No mesmo fim do século XIX, mas alguns anos depois, já durante a república, Medeiros e Albuquerque (jornalista, escritor e outras coisas, como autor do Hino da Proclamação da República) também demonstrou interesse a favor da construção de tal academia. Com o apoio da Revista Brasileira e a união de escritores e intelectuais da época, a ideia começou a sair do papel.

Através do escritor Lúcio de Mendonça, uma ideia de uma academia de letras comandada pelo Estado foi proposta. Entretanto, quando tudo estava bem encaminhado, os planos de uma organização pública foram apagados e a ABL aconteceu definitivamente como uma instituição privada, em 1987.

Os primeiros encontros foram na sala de redação da Revista Brasileira, na Travessa do Ouvidor, nº 31. Entre os 30 escritores fundadores, Machado de Assis foi aclamado o primeiro presidente da instituição que passaria a ser uma das responsáveis por zelar pela língua portuguesa, comum a Portugal e ao Brasil, e pela literatura brasileira.

Com mais de meio século de tradição no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, a Sergio Castro Imóveis – a empresa que resolve contribui para a valorização da cultura carioca

A Academia seguiu firme, porém, sem uma sede própria. As reuniões mais solenes passaram a acontecer nas dependências do antigo Ginásio Nacional, no Salão Nobre do Ministério do Interior.

Já no século XX, em 1904, a Academia Brasileira de Letras conseguiu a ala esquerda do Silogeu Brasileiro, um prédio governamental que abrigava outras instituições culturais.

A ABL ficou por lá até 1923 quando o governo francês doou um prédio, réplica do Petit Trianon de Versailles, construído no ano anterior para abrigar o pavilhão da França na Exposição Internacional comemorativa do Centenário da Independência do Brasil. O prédio fica na atual Avenida Presidente Wilson, centro do Rio de Janeiro.

“O Petit Trianon acabou sendo a cereja do bolo da Academia. O prédio deu mais espaço físico, glamour e organização para que muitos dos projetos passassem a entrar em prática com mais força. Por isso é utilizado até hoje para as cerimônias da Academia Brasileira de Letras”, conta o historiador Maurício dos Santos.

A influência francesa ainda é muito presente. A ABL é constituída por 40 membros efetivos e perpétuos, como a histórica academia francesa. Além deste quadro, existem 20 membros correspondentes estrangeiros na Academia Brasileira.

 

A escolha dos membros da Academia Brasileira de Letras – conhecidos como imortais – acontece mediante a uma eleição secreta. Quando um membro da ABL falece, a cadeira é declarada vaga na Sessão de Saudade, e a partir de então os interessados dispõem de um mês para se candidatarem, através de carta enviada ao Presidente.

Fonte: Diário do Rio