Hemorio reavalia amostras de 288 doadores de órgãos no Rio de Janeiro após infecção por HIV
12 de outubro de 2024

Exames foram refeitos após interdição de laboratório responsável pelo diagnóstico de doadores; sindicância foi aberta para investigar o caso

Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro anunciou que está reavaliando as amostras de sangue de 288 doadores de órgãos após seis pacientes transplantados contraírem o vírus HIV. O procedimento está sendo conduzido pelo Instituto Estadual de Hematologia (Hemorio), vinculado à Secretaria de Saúde, e ocorre após a interdição de um laboratório privado envolvido no caso.

Segundo a SES, uma sindicância interna foi instaurada para identificar e punir os responsáveis pela falha que levou à infecção dos pacientes. “Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias,” informou a Secretaria em nota.

A Secretaria também criou uma comissão multidisciplinar para acolher os pacientes afetados e garantir a segurança de outros transplantados. O laboratório PCS Lab Saleme, contratado por licitação para realizar exames no programa de transplantes, foi interditado cautelarmente após a confirmação do caso, e os exames foram transferidos para o Hemorio.

Reavaliação de amostras e medidas adotadas

A reavaliação envolve todas as amostras de sangue de doadores desde dezembro de 2023, período em que o laboratório foi contratado. “Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre foi de excelência e, desde 2006, já salvou mais de 16 mil vidas,” afirmou a SES.

Além das medidas tomadas pela SES, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde estão conduzindo investigações paralelas. O Ministério destacou que o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), responsável por 88% dos transplantes realizados no país por meio do SUS, é um dos mais transparentes e seguros do mundo.

“Existem normas rigorosas que visam proteger tanto os doadores quanto os receptores, garantindo que os transplantes realizados no país mantenham um alto nível de confiabilidade,” declarou o Ministério em comunicado.

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