O blindado foi consumido pelas chamas rapidamente e precisou ser retirado da comunidade pelo Núcleo de Apoio às Operações Especiais (NAOE), nesta terça-feira. De acordo com a PM, o caveirão foi incendiado após a base avançada do batalhão ter sido alvo tiros e objetos arremessados. Equipes foram acionadas para prestar apoio e também foram atacadas. O Corpo de Bombeiros conteve o incêndio e os agentes precisaram de breve atendimento, por conta da fumaça.
Em entrevista ao ‘BDRJ’ da TV Globo desta quarta-feira, o coronel Luiz Henrique Marinho Pires afirmou que o episódio representa uma agressão ao Estado que não vai ficar sem resposta por parte da Polícia Militar. O secretário ainda destacou que as operações da corporação não buscam pelo confronto, mas pela prisão de criminosos, e a preocupação com a população que vive nas áreas conflagradas pela violência.
“A busca pelo confronto é dos bandidos, nós não fazemos operações com esse intuito. A gente tem uma preocupação grande com a comunidade, com os moradores, de evitar letalidade, de evitar que eles sejam atingidos. A opção do confronto é sempre por parte dos bandidos, da nossa parte não existe essa intenção. Existe, sim, a intenção de oferecer para essas comunidades, mais tranquilidade, mais conforto, mais segurança, o que eles merecem. A nossa opção é prender e entregar à Justiça, para que a Justiça faça a sua parte”, afirmou Pires, que ressaltou que as ações da PM respeitam as leis e protocolos de conduta.
“Nós sempre trabalhamos e pautamos nossa atuação dentro da lei, da conduta, da técnica, de protocolos criados pela Polícia Militar. Nosso trabalho é diário e a gente busca minimizar os impactos e efeitos sobre a população e isso a gente faz com muito treinamento, com muito trabalho de inteligência, equipando a nossa polícia. Então, acho que essa é a garantia, nosso trabalho diário, nosso sacrifício diário por essa população (…) Não acho que esse trabalho todo, esse esforço todo, esse sacrifício da Polícia Militar seja um trabalho perdido, seja um trabalho em vão”.
Com apoio de unidades do 2º Comando de Policiamento de Área (2CPA) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o 18º BPM atua também nas comunidades da Barão, Covanca, Pendura-Saia e Caixa D’água. Não há registro de prisões ou apreensões.
Na comunidade da Barão, houve confronto, depois que criminosos que estavam escondidos em uma área de mata atacaram policiais militares. Durante a troca de tiros, um PM ficou ferido por estilhaços e precisou ser socorrido para o Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes. Segundo a corporação, o agente está lúcido e passa bem.
Por conta da ação, o Centro Municipal de Saúde Jorge Saldanha Bandeira de Mello mantém o atendimento à população, mas suspendeu as visitas domiciliares. Já as escolas municipais da região não tiveram o funcionamento interrompido e oferecem aulas presenciais.
Guerra de facções
Desde o ano passado, comunidades das zonas Oeste e Norte estão vivendo cenários de guerra por conta da disputa entre criminosos rivais. Sob forte influência de milicianos, as favelas têm sido palco de invasões do Comando Vermelho, que pretende expandir pontos de venda de drogas pelo Rio. Recentemente, integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP) se juntaram com os paramilitares para expulsar bandidos da outra facção, que conseguiram invadir partes desses locais.
Além da Praça Seca, o Comando Vermelho está disputando o controle dos Morros do Fubá e do Campinho, na Zona Norte, e Muzema, Rio das Pedras, Complexo da Covanca, além da Gardênia Azul e a Cidade de Deus, na Zona Oeste. Nessas favelas, moradores têm sofrido com constantes confrontos entre os grupos rivais e operações policiais. Ainda na entrevista à TV Globo, o coronel apontou a atuação das forças de segurança para minimizar os impactos da atuação de criminosos nessas regiões.
“A gente têm uma disputa de território, de espaço. A gente vem atuando com inteligência, em trabalho com as outras instituições de segurança do Estado, com a Polícia Civil, para que a gente possa minimizar esse impacto. A gente ainda tem uma região que apresenta um conflito e a gente busca por essa estabilidade e, com isso, a gente conta com a participação dos demais órgãos de inteligência do Estado, num trabalho integrado com a Polícia Civil e de muita inteligência, para que a gente não coloque em risco a população”.
Chefe do tráfico morre em confronto
O chefe do tráfico de drogas do Bateau Mouche, conhecido como DVD, foi morto na noite de domingo, durante um confronto com PMs, na entrada da comunidade. De acordo com a corporação, agentes do 18° BPM foram atacados por um grupo de homens armados, quando faziam um patrulhamento na Rua Cândido Benício, na Praça Seca.
Na ocasião, as equipes notaram dois veículos trafegando na contramão da pista do BRT que, ao avistarem a viatura, entraram na comunidade e atiraram contra os policiais. Houve confronto e perseguição e, após os disparos, os militares encontraram DVD ferido. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu.
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