Fraude cresceu 198% nos últimos dois anos; só em 2019, foram registradas mais de 680 ocorrências relacionadas ao problema
O golpe que oferece falsos empréstimos pelo WhatsApp cresceu 198% nos últimos dois anos, apontam dados do site Reclame Aqui. Embora não seja novidade no mensageiro, este tipo de abordagem fraudulenta ganhou uma nova roupagem em 2019. Com o aumento no número das chamadas fintechs — startups de tecnologia que prestam serviços financeiros — no mercado de crédito online, criminosos passaram a usar o nome dessas empresas como isca para atrair possíveis vítimas.
Para se ter uma ideia do tamanho do problema, só nos nove primeiros meses de 2019, foram registradas 683 reclamações deste tipo de golpe, número que quase alcança a contabilização no ano de 2018, que somou 692 ocorrências. Em 2017, por sua vez, foram 350 queixas.
Golpe que oferece falso empréstimo pelo WhatsApp cresce no Brasil — Foto: Anna Kellen Bull/TechTudo
A falsa oferta de empréstimo diz oferecer inúmeras facilidades, como dinheiro rápido em grandes quantias ou com taxas de juros baixas. Apesar dos diferentes atrativos usados para enganar as vítimas, é possível traçar um perfil da aplicação do golpe.
“O caminho é sempre o mesmo: a pessoa recebe no WhatsApp uma mensagem se fazendo passar por uma fintech informando que há um limite de crédito pré-aprovado disponível. Contudo, é exigido que se faça um depósito antecipado. Já é um claro sinal de tentativa de golpe”, explica Débora Cipolli, diretora de riscos da Noverde, empresa especializada em crédito online para as classes C e D.
No golpe do empréstimo falso, criminosos oferecem crédito pré-aprovado e abordam vítimas de maneira informal — Foto: Divulgação/Noverde
Embora esteja chamando a atenção devido ao aumento de relatos nas redes sociais, o golpe do falso empréstimo já vinha sendo aplicado por meio do WhatsApp há, pelo menos, dois anos. Até então, porém, os cibercriminosos usavam nomes de bancos tradicionais, tática que mudou com o nascimento de fintechs como Nubank e Noverde.
De acordo com Felipe Ferraz, chefe de computação em nuvem do Centro de Estudos em Sistemas Avançados do Recife (CESAR), antes havia certa desconfiança das pessoas quando o golpista se apresentava como uma fintech por se tratar de algo novo e pouco conhecido. “Hoje elas estão crescendo em volume, usuários e exposição. Por isso, todo mundo quer fazer parte dessa onda que está mudando o mercado financeiro e, infelizmente, abriu margem para atuação de pessoas mal intencionadas”, explica.
Como evitar cair no golpe
Em primeiro lugar, jamais clique em links enviados por desconhecidos que anunciam ofertas de empréstimo. Redobre a atenção a propostas muito atrativas e que peçam um depósito antecipado como “taxa de conveniência” para liberar um valor pré-aprovado. Essa prática não é usual entre bancos ou fintechs.
Além disso, é importante ter controle sobre quais formulários com pedidos de crédito você preencheu. Desconfie de mensagens que indiquem que seu crédito foi aprovado junto a empresas com as quais você não tenha um relacionamento. Ainda assim, se tiver interesse na oferta, entre em contato pelos telefones disponíveis nas páginas oficiais da companhia para confirmar a veracidade da proposta de empréstimo.
Por último, lembre-se que, se a mensagem vier com muitos erros gramaticais ou se o atendimento for muito informal — com áudios de WhatsApp, por exemplo —, há uma grande probabilidade de ser um golpe.
Fonte: Tech Tudo
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