Ex-ministro é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Decisão da Segunda Turma do STF foi unânime
Geddel e Lúcio Vieira Lima foram denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) em dezembro do ano passado. Na mesma época, o ministro Edson Fachin determinou o bloqueio de bens da família, estimados em R$ 12,7 milhões.
Fachin bloqueou imóveis na Bahia. Segundo as investigações, os locais eram utilizados para lavagem de dinheiro. A PGR também aponta o envolvimento da mãe de Geddel e Lúcio, Marluce Quadros Vieira Lima.
A PF ainda investiga a origem do dinheiro e uma das possibilidades apontadas é que doleiro Lúcio Funaro teria levado malas de dinheiro a Geddel em voos a Salvador, que totalizaram R$ 20 milhões.
Funaro disse, em delações, que há maços de dinheiro de um banco ligado a J&F nos R$ 51 milhões. O doleiro também disse que operou propinas para Geddel em negócios da Caixa Econômica Federal.
A Segunda Turma é composta pelos ministros Edson Fachin, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli.
Malas e caixas de dinheiro
Em setembro de 2017, a PF (Polícia Federal) iniciou a operação Tesouro Perdido e encontrou um apartamento em Salvador (BA) com malas e caixas cheios de notas de R$ 50 e R$ 100.
O Residencial José da Silva Azi fica localizado no bairro da Graça, considerado de classe média alta. O dinheiro foi atribuído a Geddel e, depois de contabilizado, somou R$ 51 milhões.
Segundo o despacho do juiz Vallisneu de Souza Oliveira, o apartamento não está no nome do ex-ministro, mas é de pessoas próximas a ele. Geddel teria autorização para utilizar o espaço para guardar os R$ 51 milhões.
Geddel foi ministro da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer (MDB) e pediu demissão em novembro de 2016 após uma polêmica envolvendo o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero.
Calero afirmou que Geddel teria o pressionado para que ele liberasse um empreendimento imobiliário na Bahia, onde Geddel tem um imóvel e que havia sido barrado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional), subordinado ao Ministério da Cultura.
Geddel Viera Lima também foi ministro da Integração Nacional no 2º mandato do governo Lula e vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal no governo Dilma.
Fonte: R7
Notícias de Seropédica, do Brasil e do Mundo