O problema de qualidade da água do Rio Guandu tem origem na falta de investimento em saneamento básico, não na operação das indústrias
A Firjan reitera que os problemas enfrentados pela estação de tratamento de água na captação do Rio Guandu, que afetam toda a população da Região Metropolitana do Rio, têm origem na histórica falta de investimentos em saneamento básico no estado, e não na operação das indústrias.
Um estudo da Fundação Coppetec, encomendado pela Federação em 2015, já chamava a atenção para a alarmante situação da qualidade das águas dos rios dos Poços e Ipiranga. O resultado foi entregue à Secretaria Estadual do Ambiente, no entanto, até hoje, nada foi feito para melhorar esse cenário.
Somente Queimados e Japeri lançam diariamente 13,5 toneladas de esgoto bruto sem tratamento nos rios Poços e Ipiranga, resultado da total falta de infraestrutura de coleta e tratamento de esgoto nesses municípios.
Esse problema ocorre há mais de duas décadas e chegou a um nível insustentável, resultado de um histórico de investimento insignificante em saneamento básico na região. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS) de 2017, Queimados, por exemplo, não tratou, naquele ano, nem um litro do esgoto gerado no seu território.
Como prova do grave quadro de inércia da política pública, dados consolidados do Ranking do Saneamento 2019, do Instituto Trata Brasil, apresentam 5 municípios fluminense entre os 20 piores no saneamento do país, e apenas 1 entre os 20 melhores.
É imprescindível que o Poder Público faça a sua parte e priorize os investimentos em saneamento básico. Só assim será possível melhorar a qualidade da água que abastece mais de 9 milhões de habitantes no Rio de Janeiro.
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