Feriado tem aumento de 18% de mortes nas Rodovias Federais
11 de setembro de 2020

Acidentes , mortos e feridos aumentam no feriado de 2020 comparado com 2018

O balanço dos acidentes, mortos e feridos, divulgado hoje pela Polícia Rodoviária Federal, em decorrência do Feriado da Independência, revela aumento brutal da gravidade dos acidentes.

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Apesar do menor tráfego de veículos registrados nas estradas, em função da Covid-19 e crise econômica. Somente considerando os mortos, foram 97 vítimas fatais.

Este ano o feriado permitiu aos viajantes desfrutarem de três dias sem trabalho mas no ano passado foram apenas dois dias, já que 07 de setembro caiu num sábado.

Por isso, somente é possível comparar os dados de acidentes, mortos e feridos com 2018, quando o feriado caiu numa sexta-feira e permitiu, como neste último, três dias para pegar a estrada.

Aumento dos acidentes e vítimas nas rodovias federais

Em 2020 foram 933 acidentes contra os 820 de 2018, crescimento de 13,8%. Já os mortos passaram de 82 em 2018 para 97 em 2020, aumento de 18,2%. O crescimento do número  de feridos, comparando 2020 com 2018, foi de 6,3%, pois passou de 1.037 para 1.103 este ano.

Os números assustam, principalmente levando em consideração que a Covid-19 reduziu as atividades econômicas e o estímulo a viajar. Cidades como o Rio de Janeiro, que registravam ocupação na hotelaria de mais de 90% em 2018, este ano ficou em torno de 40%. Muitos municípios criaram barreiras sanitárias e desestimularam a chegada de visitantes.

Nas rodovias paulistas redução de acidentes e vítimas

Os dados divulgados pela Polícia Militar Rodoviária de São Paulo, responsável pelas rodovias estaduais, mostra que os números da PRF são ainda mais preocupantes, comparando o Balanço da Operação no mesmo período.

Comparando os anos de 2020 com 2018, as rodovias paulistas registraram redução de 21,25% dos acidentes, contra aumento de 13,80% nas rodovias federais, no feriado da Independência.

Já os mortos  nas rodovias paulistas caíram 22%, conforme o quadro a seguir, enquanto nas rodovias federais houve aumento de 18,20%. A diferença é menor no número de feridos, já que nas estaduais houve redução de 2,51% e nas federais aumento de 6,3%.

No feriado da Independência caíram acidentes, mortos e feridos nas rodovias paulistas comparando 2020 com 2018

Diferença na fiscalização é gritante entre federais e paulistas

Segundo a PRF no feriado foram flagrados 4.177 casos de ocupantes sem cinto de segurança ou cadeirinha, enquanto a Polícia Militar Rodoviária de São Paulo puniu 8.267 por não utilização de cinto de segurança e outros dispositivos de retenção.

A polícia paulista flagrou 26.031 condutores por dirigir em excesso de velocidade, já a PRF sequer menciona entre as cinco infrações mais flagradas.

Nas rodovias federais foram 5.728 ultrapassagens indevidas contra 2.357  nas rodovias paulistas. Diferença que pode ser atribuída a extensa malha duplicada no Estado de São Paulo, comparando com as rodovias federais.

Governo federal não fiscaliza com rigor velocidade nas rodovias

O aumento consistente dos acidentes, mortos e feridos nas rodovias federais, pode ser explicado pela política implantada desde abril de 2019 pelo Governo com desligamento de radares fixos e posteriormente retirada de radares portáteis (só voltaram a operar precariamente por decisão judicial em 23 de dezembro de 2019).

A média mensal de mortos aumentou 15%, conforme levantamento realizado pelo SOS Estradas e divulgado em janeiro deste ano. 

Já nas rodovias paulistas a fiscalização de velocidade é cada vez mais rigorosa, atendendo recomendação da ONU (Organização das Nações Unidas) que determina nas Metas Globais de Desempenho para a Segurança no Trânsito reduzir em 50% até 2030 a proporção de veículos dirigindo acima do limite de velocidade.

Portanto, nada indica, pela política adotada pelo Governo Federal até o momento, que essa meta será atingida. A tendência é justamente o contrário, aumento de velocidade pela impunidade e dos acidentes, mortos e feridos.

Assim como entre 2011 e 2020, a tendência é que mais uma vez o Brasil não cumpra as metas de segurança viária até 2030

Fonte: Estradas