Leguminosa aumenta em 60% produção de carne e reduz 30% o tempo de abate
Confira os detalhes dessa planta na entrevista com o pesquisador Robert Michael Boddey, da Embrapa Agrobiologia, em Seropédica (RJ)
Já ouviu falar numa leguminosa que aumenta em 60% a produção de carne e reduz em 30% o tempo de abate de bovinos de corte. Assista ao vídeo abaixo e confira mais sobre essa planta.
O Giro do Boi entrevistou o pesquisador Robert Michael Boddey, da Embrapa Agrobiologia, em Seropédica (RJ) que vem estudando essa leguminosa há um bom tempo.
A planta é de origem asiática e tem um nome curioso: desmódio. Cientificamente, o vegetal chama-se Desmodium ovalifolium é uma leguminosa forrageira perene.
Muita produção de carne e redução do tempo de abate
A recomendação é que a planta seja consorciada com capins como a Brachiaria brizantha, também conhecida como capim-marandu.
Um estudo realizado por quatro anos revela que, a partir desse consórcio, o boi aumentou em 60% no pasto se comparado a uma pastagem sem uso de nitrogênio.
O sistema pode reduzir também em 30% o tempo de abate do animal, o que representa menos custo para o criador.
Mais adubo no pasto com a leguminosa
Assim como o amendoim forrageiro, o desmódio também capta o nitrogênio do ar e o leva direto para o solo.
A introdução da leguminosa teve o mesmo impacto da aplicação de 150 quilos de fertilizante nitrogenado por hectare ao ano na pastagem.
Menos emissões de gases de efeito estufa
Outro efeito benéfico com a redução de tempo de abate, é justamente na redução nas emissões de gases de efeito estufa.
Um animal adulto no pasto emite entre 50 e 60 quilos de metano por ano.
O uso do desmódio na pastagem reduz a emissão de metano entérico e também de óxido nitroso ao permitir a redução do uso de fertilizantes nitrogenados no pasto.
O óxido nitroso é um dos mais prejudiciais gases de efeito estufa da pecuária.
Cada quilo de nitrogênio aplicado no campo emite óxido nitroso equivalente a pelo menos quatro quilos de CO2.
Planta é mais favorável em áreas úmidas
Os estudos foram conduzidos em áreas do bioma da Mata Atlântica, que possui maior incidência de umidade e maior regime de chuvas.
Por isso, em áreas de Cerrado sem ser irrigadas, a planta não resistiria muito e não desempenharia todo o seu potencial.
Outro ponto importante destacado pelo pesquisador é manter a altura do pasto em cerca de 20 a 30 centímetros de altura.
Quanto mais alto, pior é para a leguminosa se desenvolver e se disseminar pela área.
Fonte: Giro do Boi
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