Muitas pessoas questionam a razão pela qual o ser humano possui tantas diferenças físicas e, principalmente, quanto a cor da pele. Há sempre uma questão curiosa em entender como os africanos que foram parar na Europa ficaram brancos de olhos azuis e cabelos lisos.
Segundo Yoan Dieckmann, da equipe da Universidade College, de Londres, a pele clara que associamos aos europeus modernos, principalmente do norte, seria um fenômeno relativamente recente. Segundo especialistas, existem dois fatores principais que explicam essa transformação.
Estudo em esqueleto encontrado na Europa e revelam: os primeiros britânicos tinham olhos azuis, pele negra e cabelos crespos.
MOBILIDADE GEOGRÁFICA
O primeiro fator, segundo especialistas, é a mobilidade geográfica das populações modernas. Há 150 mil anos, as pessoas que viviam na África tinham pele escura. Essas populações começaram a migrar e chegaram a Europa há pelo menos 45 mil anos. Vários estudos genéticos revelam que a pigmentação da pele mais clara começou a ficar mais comum em algumas regiões europeias por volta de 25 mil anos atrás.
PROTEÇÃO CONTRA O SOL
Víctor Acuña, professor da Escola Nacional de Antropologia e História do México, explicou que os seres humanos, diferentemente de outros primatas, têm muito pouco pelo no corpo. Por isso a pigmentação da pele era uma barreira aos efeitos negativos dos raios ultravioletas que é tão intensa na África.
Entenda como funciona a genética da cor dos olhos
Assim que os povos da África começaram a migrar para regiões no norte do planeta, elas não precisavam mais da pigmentação que os protegia contra doenças como o câncer de pele. No norte, os raios solares são muito mais escassos e ter cor da pele mais clara permitia uma melhor absorção da luz ultravioleta, que é vital para a obtenção de vitamina D.
E OS OLHOS AZUIS?
Não há nenhuma dúvida que originalmente, o homem tinha olhos castanhos. Mas há alguns milhares anos atrás nasceu a primeira pessoa com olhos azuis. De acordo um estudo publicado na revista cientifica Human Genetics e realizado pelo geneticista dinamarquês Hans Eiberg, o primeiro ser humano da história a adquirir esta coloração específica na íris viveu próximo ao mar Negro.
O estudo explica que essa característica surgiu por volta de sete mil anos atrás, e foi passando a característica adquirida de geração em geração. Talvez isto explique a grande concentração de olhos azuis na Europa e, em especial, no leste europeu. “Uma mutação genética afetando o gene OCA2 em nossos cromossomos resultou na criação de um ‘interruptor’, que literalmente ‘desligou’ a habilidade de produzir olhos castanhos”, explicou o geneticista.
Fonte: Diario da Biologia
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