O projeto Agroecologia e produção orgânica – conhecimentos e tecnologias para sistemas produtivos mais sustentáveis, vinculado à Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), foi um dos aprovados para integrar o convênio de cooperação técnica e financeira entre a Embrapa, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Fundação Eliseu Alves. A parceria entre as instituições aprovou, neste ano, quatro projetos, que discutem estratégias de atuação integrada para a cadeia de alimentos e bebidas.
“Um dos pontos inovadores do projeto é a preocupação com o fato de que é necessário tornar acessíveis para o agricultor de pequenos negócios rurais os conhecimentos e tecnologias em agroecologia e produção orgânica”, afirma o coordenador do projeto, pesquisador Ednaldo da Silva Araújo. Ele citou como exemplos o uso de vídeos e a realização de palestras e oficinas nas comunidades rurais, de forma a aproximar a pesquisa dos pequenos produtores.
O trabalho será desenvolvido nos estados de Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Sergipe e no Distrito Federal. No estado fluminense, os pesquisadores vão prospectar resíduos da agroindústria para a criação de um banco de dados. A ideia é fazer uma avaliação química e biológica destes materiais e caracterizar cada resíduo quanto ao teor de nutrientes que podem ser benéficos para as lavouras. Estas informações também vão possibilitar novos estudos para a produção de fertilizantes que terão como base esses resíduos agroindustriais.
Com a conclusão do projeto, em 2020, espera-se a capacitação de 1.720 técnicos e produtores em aspectos relacionados à agroecologia e à produção orgânica, o que será feito por meio de cursos, reuniões técnicas, dias de campo, oficinas, entre outros eventos.
A intenção, de um modo geral, é contribuir para o aumento da adoção de conhecimentos e tecnologias preconizadas pelos sistemas agroecológicos e orgânicos, com foco na inovação, na ampliação de mercado e no fortalecimento dos pequenos negócios nos locais envolvidos, visa ainda à obtenção de sistemas produtivos mais sustentáveis, com destaque à produção de alimentos orgânicos.
Instituições envolvidas escolhem RJ, RS, SE e DF para receberem o projeto
Um dos motivos que levou as empresas que apoiam o projeto a escolherem os locais onde será desenvolvido o trabalho, em boa parte se deu pelo fato de nesses locais haver unidades tanto da Embrapa como do Sebrae. Mas não é só isso. Todos os estados selecionados já possuem alguma ligação forte com os sistemas de produção agroecológica.
O Distrito Federal, por exemplo, possui cerca de mil produtores em transição agroecológica, além de ser um importante produtor de hortaliças, em sua maioria composto por agricultores familiares. Já no Rio de Janeiro, a agricultura orgânica apresenta um número crescente de produtores. Existem, atualmente, 736 produtores orgânicos regularizados pelo Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica no Estado.
No Rio Grande do Sul, os sistemas produtivos de base ecológica, aqui incluindo-se a produção orgânica e a produção oriunda de sistemas agroecológicos, têm mostrado uma evolução surpreendente, quer pelo número de agricultores envolvidos, quer pelos volumes de produção obtidos, em relação a diferentes espécies. Por fim, o estado de Sergipe tem apresentado números crescentes de agricultores orgânicos ou agroecológicos. Em 2012, existiam cerca de 10 propriedades certificadas vinculadas à Associação de Produtores Orgânicos do Agreste de Sergipe (Aspoagre). Atualmente, estão cadastrados 271 agricultores.
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