Às vésperas do primeiro turno, no dia 2 de outubro, Luiz Cláudio realizou um comício na região central de Mangaratiba, nas imediações das sedes da prefeitura e da Câmara de Vereadores, cujo palco foi montado com auxílio de um veículo de carga da escola de samba Grande Rio, de Duque de Caxias. O escudo da agremiação aparecia no topo da parte traseira do caminhão, também chamada de “baú”, e foi posteriormente coberto com uma cartolina. De acordo com a base de dados do Detran-RJ, a placa do veículo é de Nova Iguaçu, outra cidade da Baixada Fluminense.

Procurada, a Grande Rio disse que a escola “não tem caminhão”. Em nota, Luiz Cláudio afirmou que todos os fornecedores de sua campanha estão devidamente registrados na prestação de contas enviada à Justiça Eleitoral, mas que “não tem controle ou responsabilidade sobre quais veículos, de que tipo ou com quais logomarcas foram usados para o transporte” de materiais por esses prestadores.

“Não há qualquer vínculo entre o uso de veículos para transporte de materiais e qualquer prática ilegal na campanha”, diz a nota.

Durante a campanha, outro veículo usado para apoiar atividades de Luiz Cláudio foi um ônibus que percorreu os cerca de 70 quilômetros que separam Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio, e Mangaratiba, transportando cabos eleitorais do dirigente da Mocidade.

A partida da caravana foi anunciada em vídeos gravados por alguns dos participantes, que anunciam a saída de um ônibus “diretamente do Ponto Chic”, polo gastronômico nas imediações da escola de samba, levando “todo mundo lá para Mangaratiba (…) para a passeata do Luiz Cláudio”. Uma das participantes chega a falar o número do partido pelo qual Luiz Cláudio concorreu à prefeitura.

À reportagem, o candidato do Republicanos alegou desconhecer qualquer fretamento de ônibus para levar apoiadores de outras regiões a seus comícios em Mangaratiba. Ele afirmou ainda, em nota, que não ocupa mais o cargo de vice-presidente da Mocidade “desde que assumiu seu mandato como deputado estadual”, no ano passado. Luiz Claudio, à época filiado ao PSD, entrou como suplente do deputado Eduardo Cavaliere (PSD), que se licenciou do mandato para assumir a Casa Civil da prefeitura do Rio.

O prefeito eleito de Mangaratiba disse ter entregue “uma carta formal” à Mocidade, afastando-se da escola “para se dedicar integralmente às responsabilidades políticas”.

Fonte: EXTRA