Estudo americano ouviu crianças de 6 a 15 anos e adultos para saber sobre suas experiências; de acordo com a pesquisa, transição geralmente acontece entre 7, 8 anos
Psicóloga da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, Candice Mills começou a se interessar pela questão quando se tornou mãe e se viu promovendo o Papai Noel. Candice diz ter ficado preocupada em parecer para os filhos como se estivesse mentindo, porque sabia que tinha ficado chateada por terem mentido para ela sobre ele quando criança.
Para entender melhor essa transição, a psicóloga e seus colegas fizeram dois estudos. No primeiro, eles entrevistaram 48 crianças e adolescentes de 6 a 15 anos que pararam de acreditar no Bom Velhinho. Eles foram questionados sobre como descobriram e como se sentiram. Os responsáveis também compartilharam suas perspectivas. No segundo estudo, 383 adultos refletiram sobre as suas experiências.
“A partir da análise dos dados, foi descoberto que a idade média da descrença foi em torno de 8 anos, mas com variedade significativa. A maioria dos participantes disse que o testemunho de outros contribuiu, e alguns relataram a dúvida como resultado da experiência (observação) ou do raciocínio lógico”, dizem os autores.
Aproximadamente um terço das crianças e metade dos adultos relataram algumas emoções negativas ao descobrirem. Embora esses sentimentos geralmente fossem leves e de curta duração, cerca de 10% dos adultos relataram uma tristeza mais duradoura ou uma redução da confiança em seus pais.
Tais sentimentos tendiam a estar associados à descoberta abrupta ou à informação direta. A descoberta em uma idade mais avançada e pais que reforçavam a crença (com vídeos, por exemplo) também foram fatores de maior mal-estar.
“Eles podem ter tido algum ceticismo com base no raciocínio lógico — como o Papai Noel realmente pode dar a volta ao mundo em uma noite? —, mas o que os empurra para o abismo é um colega de classe na escola dizendo que ele não é real”, afirmou Candice ao The Guardian.
As orientações de psicólogos
Para os pais que se questionam sobre a melhor forma de lidar com a questão, os pesquisadores dão sugestões. Segundo eles, é preciso considerar que a idade média do ceticismo é em torno de 7 e 8 anos, e há evidências de que crianças mais velhas tendem a se sentir piores depois. Assim, é bom refletir sobre como os pequenos percebem sinais. “O melhor jeito de fazer a transição é através de mudanças gradativas, deixando que as crianças concluam gradualmente”, afirma o estudo.
Candice defende que ouvir atentamente o que a criança está perguntando antes de responder é uma solução: “Se quiserem saber como o Papai Noel passa por chaminés ou entra em casas que não têm uma, talvez não estejam prontas para desistir da ideia. Considere perguntar à criança o que ela pensa”.
Se questionados diretamente, os cuidadores também podem usar uma pergunta de desvio, como “o que você acha?”. “Eles querem continuar acreditando na magia, mas também querem saber a verdade. Devolver a questão à criança pode ajudar os cuidadores a avaliar as necessidades dela naquele momento”, diz Candice.
Algumas crianças podem se sentir enganadas. Um dos adultos pesquisados disse que se sentiu muito traído pelos pais. Nesses casos, é preciso validar os sentimentos da criança e falar sobre por que incluíram o Papai Noel em suas tradições.
Fonte: EXTRA
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