Desvendando o Escândalo: A Ascensão e Queda de Sidnei Piva no Mundo Empresarial, ex-proprietário da Viação Itapemirim!
30 de janeiro de 2024

Preparando-se para uma jornada de revelações inacreditáveis, mergulhamos fundo nos bastidores de uma história que prometia sucesso, mas que resultou em desastre financeiro para milhares de clientes. Descubra conosco o passo a passo de como um empresário, aparentemente sem recursos, conseguiu persuadir as autoridades brasileiras a criar uma companhia aérea.

A Viação Itapemirim, uma empresa de transporte rodoviário com raízes desde os anos 1950, decidiu, de maneira surpreendente, ingressar no setor aéreo em plena pandemia da Covid-19. O que parecia uma história de sucesso rapidamente se transformou em um intricado enredo envolvendo empresas laranjas, golpes milionários e uma gestão financeira no mínimo questionável.

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Ônibus da Viação Itapemirim (Foto: Reprodução)

Como um empresário até então desconhecido no mercado da aviação conseguiu criar uma empresa aérea praticamente do nada? A investigação do Ministério Público de São Paulo, compartilhada agora pela Record, desvenda o passado de Sidnei Piva de Jesus, o ex-proprietário da Ita Transportes Aéreos. A realidade por trás desse homem, segundo a promotoria, revela um esquema elaborado de enganos a autoridades, fornecedores, funcionários e clientes, utilizando pessoas comuns como peões em um golpe milionário.

Sidnei Piva, originário do Paraná, iniciou sua carreira em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, com um modesto armarinho. Contudo, sua trajetória tomou um rumo inusitado ao adotar um método peculiar de operar: adquirir empresas em dificuldades financeiras. Segundo um advogado, ele comprou a metalúrgica de seus clientes por R$ 13 milhões de reais. Uma história que prometia sucesso, mas que, no final das contas, deixou 5.670 passageiros com voos cancelados, quase 1000 funcionários prejudicados e dívidas milionárias no rastro.

Durante uma entrevista, o advogado revela a crueza da situação: “Imediatamente começou a vender tudo, mandou embora diversos empregados sem liquidar as dívidas, não saldou as dívidas tributárias, entre outras dívidas que não foram saldadas.”

Em 2017, a Itapemirim, uma renomada empresa de transporte rodoviário fundada no Espírito Santo, estava à beira da falência, devendo cerca de R$ 300 milhões. Sidnei Piva, num acordo simbólico, comprou a empresa por apenas R$ 1 real, prometendo pagar as dívidas e os funcionários. O resultado? Uma série de demissões em massa e o não cumprimento do acordo. Ex-funcionários, indignados, contam suas histórias de abandono: “Inicialmente pagaram duas prestações e depois não pagaram mais nada.”

Com uma trama já repleta de reviravoltas, Sidnei Piva, em meio à recuperação judicial, decide fundar uma companhia aérea dentro do mesmo grupo. Sua abordagem inclui a contratação de um especialista no setor, que, de forma intrigante, se afasta antes mesmo do primeiro avião decolar. Esse movimento suspeito levanta questionamentos sobre as verdadeiras motivações por trás desse empreendimento aéreo.

Avião da Ita Transportes Aéreos, um Airbus-A320

Sidnei, sempre confiante, afirmava categoricamente que questões financeiras não seriam um obstáculo. Durante uma viagem a Dubai, nos Emirados Árabes, na companhia do então governador de São Paulo, João Dória, e outros empresários, ele alegou ter garantido uma promessa de investimentos bilionários. Contudo, as promessas não se concretizaram, deixando passageiros e funcionários desamparados. O promotor responsável pelo caso questiona a falta de provas concretas desses investimentos.

A trama fica ainda mais complexa quando Sidnei passa a utilizar recursos da Viação Itapemirim para financiar as operações da Ita Transportes Aéreos. Entre agosto de 2020 e outubro de 2021, a quantia expressiva de R$ 36 milhões foi transferida, levantando sérias questões sobre a transparência e legalidade das práticas financeiras.

A Ita Transportes Aéreos, em sua curta existência, arrendou aeronaves, contratou funcionários e diversos fornecedores. No entanto, a falta de pagamento levou ao rompimento de contratos importantes, como o de uma empresa de serviços aeroportuários. A dívida acumulada, segundo o promotor, chega a R$ 15 milhões, e a ANAC proíbe a empresa de operar, causando desespero entre os passageiros.

Em fevereiro de 2022, a justiça de São Paulo afasta Sidnei Piva da presidência do Grupo Itapemirim, que entra com um pedido de falência, acumulando dívidas de R$ 253 milhões a credores e mais de 2 bilhões em impostos. Sidney, agora, enfrenta acusações graves, incluindo crimes contra relações de consumo, organização do trabalho e estelionato.

Em meio às investigações, surgem casos anteriores de problemas judiciais e policiais envolvendo Sidnei Piva. Em São Paulo, ele é investigado por uso de documentos falsos, apresentando três identidades diferentes. No Acre, um agricultor descobre que é sócio de uma empresa em São Paulo, sem nunca ter pisado na cidade, revelando um esquema de empresas fantasmas.

Em outro episódio bizarro, uma moradora de rua e usuária de drogas afirma ter sido usada por Sidnei Piva para abrir empresas fantasmas. A trama envolve documentos assinados sem conhecimento das consequências, revelando a extensão da fraude.

Este recibo mostra que o pagamento de taxas de uma das empresas na junta comercial de São Paulo foi feito por Sidnei Piva.

A junta no Acre alega não ser responsável pela situação do agricultor, enquanto um advogado especialista em Direito Empresarial explica que o processo de abertura de empresas no Brasil não impede fraudes desse tipo.

Sidnei Piva não parou por aí. Ele também abriu uma empresa no Reino Unido, declarando um capital bilionário, mas usando um título sem valor do Tesouro Nacional para justificar o montante. Em uma tentativa de localizá-lo, visitamos endereços fornecidos por ele, mas descobrimos que seu paradeiro é incerto. O advogado do empresário afirma que ele não está interessado em comentar as denúncias.

Título do Tesouro Nacional de 1927

“Uma ótima gestão feita por mim de manter uma empresa já quebrada todo esse tempo.” – Disse o advogado de Sidnei Piva. “E falar que ia pagar a gente o dinheiro que eles iam pagar eles gastaram todo, e o dinheiro foi para onde? Foi pro bolso dele, pro nosso não foi.” – Revelou um ex-funcionário.

Fonte: Record TV

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