Por Rebeca Fuks, Cultura Genial
O monumento Cristo Redentor é uma famosa estátua de Jesus Cristo localizada no Rio de Janeiro, no morro do Corcovado. É um símbolo do cristianismo no Brasil que representa paz e amor, com Jesus de braços abertos. Por dia, o Cristo Redentor recebe, em média, 5 mil visitantes.
O monumento tem 38 metros de altura, sendo que a estátua tem 30 metros e o pedestal 8 metros (esta altura é equivalente a um prédio de 13 andares).
Juntamente com o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor é das marcas mais conhecidas que distinguem não apenas o Rio de Janeiro, mas também o Brasil.
Como é um célebre ponto turístico, esta escultura também expressa a hospitalidade e afabilidade do povo brasileiro, que recebe as pessoas de braços abertos.
O Cristo Redentor foi inaugurado no dia 12 de outubro de 1931, dia de Nossa Senhora Aparecida.
Em 2007 ele foi eleito como uma das novas 7 Maravilhas do Mundo Moderno.
História do monumento Cristo Redentor
Em 1859, o padre Pierre-Marie Boss estava na janela da Igreja do Colégio da Imaculada Conceição, situado na praia de Botafogo e, ao ver o monte Corcovado, teve a ideia de construir um monumento em honra da Princesa Isabel, filha do imperador Pedro II.
Durante os preparativos para o centenário da Independência do Brasil, em 1920, o Círculo Católico do Rio de Janeiro fez a proposta e angariou fundos para a construção do monumento.
Nesta época surgiram várias propostas, mas a vencedora foi aquela que representava Jesus Cristo em pé, com os braços abertos, com uma postura que refletia uma atitude de amor e paz.
O arquiteto e engenheiro Heitor da Silva Costa foi o autor do projeto vencedor do concurso aberto pela Igreja Católica em 1921 para a construção de um monumento no cume do Morro do Corcovado. Seu trabalho teve como inspiração ilustrações do pintor ítalo-brasileiro Carlos Oswald e recebeu o primeiro lugar no concurso. Heitor da Silva Costa além de vencer o concurso coordenou todas as fases da obra.
As mãos e a cabeça da estátua foram trabalhadas pelo escultor polonês-francês Paul Landowski sendo que a cabeça foi maioritariamente trabalhada pelo escultor romeno Gheorghe Leonida. Uma curiosidade: Landowski nunca pisou em solo brasileiro e jamais chegou a visitar o Cristo.
A obra também contou com a ajuda do engenheiro especialista em concreto armado Albert Caquot, que fez os cálculos estruturais para a escultura. O engenheiro Heitor Levy, por sua vez, foi o braço direito de Heitor da Silva Costa e ficou conhecido como o mestre de obras do Cristo Redentor. Levy acompanhou as obras no local e conduziu as equipes ao trabalho.
Outro nome importante para o monumento foi o do cardeal Sebastião Leme, talvez o membro da Igreja Católica mais interessado em levar a frente o projeto. Foi ele que promoveu campanhas de arrecadação de doações e buscou fundos para que o monumento fosse efetivamente erguido. Por esse motivo até os dias de hoje a Arquidiocese do Rio é a única detentora dos direitos patrimoniais.
Composição do monumento Cristo Redentor e manutenção
O monumento é feito em concreto armado e pedra-sabão. Esta pedra que existe em grande quantidade no Brasil, além de ser bonita, apresenta elevada resistência à erosão.
Para compor o Cristo Redentor foram esculpidos milhares de triângulos de pedra-sabão que posteriormente foram colados em um tecido e aplicados na estátua. Repare na imagem abaixo:
Essas pequenas peças triangulares são conhecidas como tesselas. As tesselas tinham como objetivo proteger a estrutura de concreto armado. Perceba o detalhe dos encaixes no olho do Cristo:
Como a escultura está situada em dos pontos mais altos da cidade, que tem clima tropical, ela recebe muitas descargas elétricas durante as tempestades. Esse fato faz com que as tesselas sejam danificadas, por esse motivo a estátua precisa de constante observação e restauro periódico feito por restauradores alpinistas.
De acordo com o padre Omar Raposo, reitor do Santuário do Cristo Redentor, há muito material específico armazenado para as renovações do monumento:
Temos um estoque dessa pedra (sabão), adquirida da mesma pedreira de Minas Gerais de onde saiu o material na construção original do monumento.
Por ser o pico do Morro do Corcovado, foi necessário instalar uma série de para-raios no monumento, mais especificamente situados na cabeça e nos braços da escultura.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) o Cristo Redentor é atingido, em média, por cerca de seis raios ao ano. Em 16 de janeiro de 2014 parte do dedo polegar da mão direita do Cristo quebrou após ser atingida por um raio durante um temporal de verão. Uma fotografia captou o momento exato da descarga elétrica:
Um mês antes do polegar ter sido atingido por essa grande descarga elétrica, o dedo médio da mesma mão havia recebido também um raio e teria ficado significativamente danificado:
Curiosidades sobre o Cristo Redentor
Nem todo o monumento foi construído no nosso país. As mãos e a cabeça foram esculpidas em Paris e divididas em várias partes, que foram montadas no Brasil. A cabeça foi dividida em 50 peças e as mãos em 8 peças.
Antes da sua construção foram sugeridos três locais para a construção do monumento: Morro de Santo Antônio, Pão de Açúcar e o Morro do Corcovado, sendo que foi escolhido este último.
O Cristo Redentor é a segunda maior representação em escultura de Jesus Cristo do mundo, só ultrapassada pela escultura “Estátua de Cristo Rei” que se encontra na Polônia.
Existe um coração no Cristo Redentor, que mede 1,30. Nesse coração, na parte de dentro da escultura, existe um frasco de vidro com um pergaminho que contém a árvore genealógica do engenheiro fiscal Pedro Fernandes e do mestre de obras Heitor Levy.
Fonte: Cultura Genial
Formado em Sistemas de Informação pela FAETERJ, carioca de coração, apaixonado por teologia, tecnologia, matemática, geografia, história e pela sociedade em geral.
Deixe a sua opinião sobre o post